Cruzeiro encerra o ano com vitória sobre o Corinthians e tem trabalho duro para se organizar em 2017

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
11/12/2016 às 19:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:53

O árbitro Wagner Reway soprou o seu apito pela última vez na temporada na vitória por 3 a 2 do Cruzeiro sobre o Corinthians, no Mineirão, na tarde deste domingo, e o sinal sonoro do “homem de vermelho” indica ao clube celeste muito mais do que a importante vitória no fim de 2016. Mas, também, mostra que será preciso muito trabalho para não fazer de 2017 um déjà-vu das últimas duas péssimas temporadas. Os gols da tarde, marcada por diversas homenagens à Chapecoense, foram assinalados por Arrascaeta, Ezequiel e Robinho, para a Raposa, com Guilherme e Marlone anotando os tentos corintianos. 

Após o término da 38ª rodada, o trabalho deixa de ser dos jogadores no gramado e, agora, ficará a cargo da diretoria fora das quatro linhas. Enquanto os atletas ganham férias, os dirigentes buscarão alternativas para fortalecer a equipe. Inicialmente será necessário entrar em um consenso, o que se mostrou bem difícil durante o ano, e ficou comprovado nos últimos dias com a saída de Thiago Scuro da diretoria de futebol.  

O jogo

Dentro de campo, o Cruzeiro fez o que era necessário e buscou a vitória a todo o momento. Por erros individuais e coletivos, características marcantes durante toda a temporada, a Raposa saiu atrás no placar. O prata da casa estrelado, Guilherme, que também passou pelo rival Atlético, fez o primeiro gol corintiano, aos sete minutos da etapa inicial. O camisa 10 aproveitou-se de um vacilo da zaga celeste e, após escanteio cobrado por Uendel, balançou as redes de Rafael.

A torcida do Corinthians Brasil afora comemorou muito o gol do meia. Já no Mineirão o silêncio foi total. Nenhum torcedor da equipe paulista esteve no Mineirão e a arquibancada onde os visitantes ocupam ficou completamente vazia. Isso, por determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que puniu o clube por incidentes envolvendo seus torcedores no decorrer do Brasileirão.

O gol sofrido não abateu os cruzeirenses, que estavam melhor no jogo. O empate celeste estava sendo desenhado, tanto que Rafael Sóbis, escolhido para ser a referência de ataque do time – desempenhando papel de falso 9 -, acertou o travessão de Walter aos 18 minutos.

Cinco minutos depois veio o empate. O próprio Sóbis, livre, dominou no peito e tocou para Robinho. O volante encontrou Arrascaeta, destaque estrelado na temporada, que bateu forte para igualar o marcador: 1 a 1. 14º gol do meia em 2016. 

A vitória valia ao Corinthians vaga na Libertadores. Portanto, desempatar e sair do Mineirão com os três pontos era primordial. Tanto que o discurso para o segundo tempo era esse. "A gente está preocupado em vencer o jogo, é nossa obrigação. Trabalhamos bem, saímos na frente, tentar o mesmo para sair vitorioso”, comentou o ex-americano Rodriguinho na saída para o intervalo.

O empate já servia para as pretensões do Cruzeiro, que era, ao menos, ficar na zona de classificação à Copa Sul-Americana do ano que vem. No entanto, os jogadores da Raposa queriam mais, para se despedir do torcedor com uma vitória na temporada.

“Jogo difícil, caprichar mais na última jogada e não tomar mais gols”, comentou o artilheiro cruzeirense na temporada, Arrascaeta. 

O plano do uruguaio, pelo menos no que dizia respeito aos gols sofridos, não se concretizou. A vitória é que veio após muita garra. Antes, o susto.
Aos nove minutos, o ex-cruzeirense Marlone, concorrente ao gol mais bonito do ano no prêmio Puskás, fez o segundo do Corinthians. A partir daí veio a guinada celeste.

Dois minutos depois, Ezequiel fez o primeiro gol dele pelo Cruzeiro. Era o empate em 2 a 2, mas a Raposa ainda fecharia com a chave de ouro o ano, justamente em cima do time que eliminara nas quartas de final da Copa do Brasil.

Aos 13 minutos, o volante Robinho fechou a conta com um belíssimo gol: 3 a 2 no Mineirão, que explodiu em festa. Vitória garantida em um ano muito complexo, e o fio de esperança para um 2017 melhor se escreve na história de uma equipe que há poucos anos abrilhantava os gramados Brasil afora com o bicampeonato Brasileiro. E hoje tenta juntar os cacos por disputas internas que ocorrem nos bastidores para acertar sua vida, justamente em ano de eleição presidencial.  

CRUZEIRO 3 X 2 CORINTHIANS

CRUZEIRO: Rafael; Ezequiel, Léo, Manoel e Edimar; Henrique, Ariel Cabral e Robinho; Arrascaeta (Willian), Rafael Sóbis (Marcos Vinicius) e Alisson (Rafinha); Técnico: Sidnei Lobo

CORINTHIANS: Walter; Fagner, Vilson, Balbuena e Uendel (Léo Jabá); Cristian, Camacho (Guilherme Arana), Marlone, Rodriguinho, Ángel Romero (Giovanni Augusto); Guilherme.

Gols: Guilherme, aos sete minutos e Arrascaeta aos 23 minutos do primeiro tempo; Marlone, aos 9 minutos, Ezequiel aos 11 minutos, Robinho aos 13 minutos do segundo tempo

Cartões Amarelos: Edimar e Ezequiel (Cruzeiro); Vilson, Balbuena,  Guilherme e Guilherme Arana (Corinthians)

Público e Renda: 13.569 pagantes / R$ 381.687,00

  

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