(Twitter Mineirão/Reprodução)
Uma crise que parece não ter fim fora das quatro linhas, uma série amarga de nove partidas sem vencer, favoritismo do lado alvinegro... Era esse o cenário do Cruzeiro antes do primeiro clássico das quartas de final da Copa do Brasil. Mas nada disso pesou a favor do Atlético. Muito pelo contrário. De humilhada, a Raposa se tornou gigante novamente na noite desta quinta-feira (11), respeitou muito mais sua camisa que o oponente, jogou o dérbi da forma como o dérbi tem que ser jogado e alcançou uma vitória imponente, por 3 a 0, colocando um pé nas semifinais da competição. E nada disso seria possível sem seu “camisa 10”. Não, não estamos falando de Thiago Neves – que teve boa atuação, é verdade. O maestro celeste é Mano Menezes.
Assim que saiu a escalação da Raposa, houve quem ficasse atônito com a presença de Pedro Rocha, no lugar de Fred, “barrado” por Mano. E não é que o velocista foi determinante para construir o triunfo estrelado? Foi dos pés dele que saiu o primeiro gol – um golaço –, e o passe para o tento de Thiago Neves. Tudo isso com 25 minutos de jogo. No segundo tempo, Robinho consolidou uma goleada, daquelas para lavar a alma.
De quebra, o Cruzeiro aumentou sua série de invencibilidade perante seu arquirrival. Agora, são cinco partidas sem perder para o Atlético: dois triunfos e três empates.
O próximo round será na próxima quarta-feira (18), às 19h15, no Independência. A Raposa pode até perder por dois gols de diferença que estará classificada. Ao Galo, será necessário um “milagre”. Façam suas apostas!
“Rei do Mineirão”
Com menos de um terço de jogo, o atacante Pedro Rocha fez jus à alcunha de “Rei do Mineirão”, apelido dado a ele desde os tempos de Grêmio, quando se sobressaía em partidas no Gigante da Pampulha.
Depois de certo “controle” do Atlético, o avante celeste foi autor de uma pintura. Em um daqueles lances de rara felicidade, como os mais antigos gostam de rotular, Rocha finalizou forte, de canhota e de fora da área, no ângulo esquerdo de Victor. Um golaço!
Quem esperava uma reação vinda do lado alvinegro, se enganou. O Cruzeiro continuou a dar as cartas. Adiantando as linhas de marcação, a Raposa não deu trégua ao Galo, que, acuado, ainda viu o adversário balançar suas redes mais uma vez no primeiro tempo.
Aos 25 minutos, o zagueiro Réver vacilou e deu um presentão a Pedro Rocha. O atacante arrancou do meio de campo, driblou o goleiro Victor e tocou para Thiago Neves ampliar: 2 a 0.
Com boa vantagem no placar, o Cruzeiro fazia uso da cadência, enquanto o Atlético tropeçava nos próprios erros. Era absurdo a quantidade de falhas de Fábio Santos, Cazares, Elias e companhia. Ainda houve tempo para o árbitro Raphael Claus expulsar um gandula, lento na reposição de bola.
Goleada
Apagado na partida, Luan deu lugar a Otero, em reestreia pelo Atlético, após retornar da Arábia Saudita. Sabe o que mudou inicialmente? Nada. Aliás, o placar se alterou. Robinho anotou o terceiro gol do Cruzeiro. Mineirão em êxtase, China Azul em festa, Galo em estado de choque.
O técnico alvinegro, Rodrigo Santana, promoveu a entrada de Geuvânio no lugar de Cazares, outra figura inoperante. Enquanto isso, os celestes passeavam em campo. A cada toque de bola, um grito de “olé” vindo das arquibancadas. E os 3 a 0 se consolidaram. Show da Raposa! E merecido!
CRUZEIRO 3 X 0 ATLÉTICO
Motivo: Jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil
Local: Estádio Mineirão
Arbitragem: Raphael Claus, auxiliado por Marcelo Carvalho Van Gasse e Danilo Simon Manis, todos de São Paulo
VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
Gols: Pedro Rocha aos 12 minutos e Thiago Neves aos 25 minutos do primeiro tempo do Cruzeiro; Robinho aos 9 minutos do segundo tempo para o Cruzeiro
Cartões Amarelos: Não teve
CRUZEIRO
Fábio; Lucas Romero, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Ariel Cabral e Robinho (Fred); Marquinhos Gabriel, Thiago Neves (David) e Pedro Rocha (Jadson)
Técnico: Mano Menezes
ATLÉTICO
Victor; Patric, Réver, Igor Rabelo e Fábio Santos; Zé Welison (Jair), Elias, Cazares (Geuvânio), Luan (Otero) e Chará; Alerrandro
Técnico: Rodrigo Santana