(Gláucio Castro )
Os torcedores já se acostumaram a ver o técnico Mano Menezes sempre sério na beira do gramado. Mas, na noite desta quinta-feira (5), o treinador do Cruzeiro trocou o semblante carregado de lado e deu boas gargalhadas. Durante duas horas, Mano esteve nos estúdios da Rádio 98 FM, onde participou do programa Futebol do Povo (FDP), comandado pelo jornalista Jaeci Carvalho, o ator Eri Johnson e o apresentador Pêra. Torcedores também puderam fazer perguntar ao técnico ao vivo no estúdio, pelas redes sociais e telefone.
Depois de livrar o time celeste do rebaixamento e com contrato até o fim de 2017, Mano já trabalha junto à diretoria no planejamento das temporada do ano que vem. Claro que o futebol foi o carro chefe da entrevista. Mas Mano também falou sobre música, comida, de como é transformar a Toca da Raposa II em sua casa e também não se furtou em responder o por quê de não ter dado mais oportunidades ao goleiro Fábio, quando era técnico da Seleção Brasileira.
Acompanhe os principais trechos deste bate-papo.
Chance de chegar ao G-4
Temos que ser sinceros. A probabilidade de não conseguir é muito maior. Não podemos ficar pensando o tempo todo em G-4 porque se não vier vamos ficar frustrados. Os números mostram que o Cruzeiro que o Cruzeiro não vai ganhar todas. Alguns jogos vamos perder ou empatar. Isso é natural
Corinthians
Está jogando um futebol consistente. Tem o melhor meio de campo do Brasil. Mas existem outras equipes boas também. O Santos cresceu muito nestas últimas rodadas.
Falta de um armador
Todo mundo busca este sonhado 10. Alguns clubes estão até buscando fora do país. É um pouco culpa nossa também. Perdemos bastante a essência do futebol brasileiro. Hoje temos um meio de campo cheio de marcadores. Aí aconteceu essa carência do dez. Temos um dez, que é o Arrascaeta, que precisamos recuperá-lo. Ele veio de um país onde o futebol é praticamente semi-profissional, mas tem melhorado muito.
Um novo Willian
Mudei a maneira dele jogar e ele está rendendo muito mais. Tirei ele da beirada do campo e coloquei mais por dentro, que é como ele sabe jogar. Já fez nove gols comigo e tem condições para fazer muito mais.
Futuro de Júlio Baptista
Ainda está com um pouco de dificuldade. Voltou a sentir. Quando você fica muito tempo parado é natural que na volta você tenha uma série de outras lesões oriundas do tempo que você ficou parado. Vamos avaliá-lo, como vamos fazer com todo o elenco para a temporada do ano que vem.
Comida preferida
Como um bom gaúcho, gosto muito de churrasco. Mas também gosto de carne de porco, uma costelinha, o feijão tropeiro.
Casa na Toca da Raposa
Neste primeiro momento optei por levar toda a comissão técnica para morar na Toca da Raposa II para poder acompanhar tudo mais de perto. Estamos lá em regime de internato. Mas depois tenho planos de trazer a família para Belo Horizonte
Viver em Belo Horizonte
Acho a cidade muito parecida com Porto Alegre. As pessoas gostam de receber as outras, de conversar. Me sinto muito bem aqui. Os mineiros são bem parecidos com os gaúchos e eu gosto muito.
Fábio na Seleção
Quando fui técnico da Seleção Brasileira eu fiz planos de trabalhar com três goleiros de diferentes faixas etárias. O Júlio César era experiente, tinha jogado uma Copa do Mundo. O Jefferson é outro goleiro muito bom e vinha numa idade mais intermediária. Cheguei a levar o Fábio mas ele não teve uma sequência. As vezes você não consegue dar este continuísmo. Também levei o Cássio e aconteceu a mesma coisa. A vida de convocador não é fácil. Mas o Fábio é um ótimo goleiro e está entre os três melhores dos Brasileiros nos últimos anos.
Folga
Temos pouco tempo livre. Mas quanto tenho gosto de ir a shows. Gosto muito de música, gosto de Skank, Nando Reis. A vida da gente é muito corrida. Então, às vezes, quando você tem um tempo livre quer ficar mais quieto também. Gosto de ler. Li 1808, que fala da chegada dos Portugueses ao Brasil. Depois li Portões de Fogo e agora estou lendo um livro do Guardiola.
Amizade com jogador
Não tenho. Acho que entre técnico e jogador tem que haver um distanciamento. Eu me dou bem com todos os meus atletas, mas gosto desta distância. Alguns acabam se tornando mais amigo depois que deixam de jogador comigo. Sou muito amigo do Tcheco, do Willian, que foi zagueiro e tem família aqui em Minas Gerais.
Bater uma bolinha
Eu gosto mais todo o maior cuidado para não me machucar. Se eu me machuco como vou dar treino no dia seguinte. O técnico já cai por tudo. Então por isso não posso me machucar e cair.
Nesta sexta-feira disponibilizaremos um vídeo com os melhores momentos da entrevista.