José Victor Miranda morava em Sete Lagoas, na região metropolitana, onde deve ocorrer o velório e sepultamento
José Victor Miranda estampava sua paixão pelo Cruzeiro nas redes sociais (Reprodução/Redes Sociais)
O corpo do cruzeirense José Victor Miranda, de 30 anos, morto em uma emboscada armada por torcedores do Palmeiras na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, São Paulo, será trazido nesta segunda-feira (28) para Sete Lagoas, na Grande BH.
Um tio de José Victor está em SP cuidando dos trâmites para a liberação e traslado do corpo. O ataque ocorreu por volta das 5h20, quando cerca de 150 palmeirenses interceptaram ônibus da torcida rival, resultando na morte do cruzeirense e pelo menos 17 feridos. A tragédia reacende o debate sobre a violência nos estádios e a necessidade de medidas mais eficazes para coibir esses atos.
José Victor, membro da torcida organizada Máfia Azul de Sete Lagoas, deixa um filho e era conhecido por compartilhar nas redes sociais sua paixão pelo Cruzeiro e pela criança. O clube mineiro manifestou profundo pesar em nota publicada na plataforma X, afirmando que "não há mais espaço para violência no futebol" e fazendo um apelo para que a sociedade dê um basta a esses episódios criminosos que mancham a imagem do esporte.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a confusão começou quando os torcedores palmeirenses, que voltavam de um empate contra o Fortaleza, se cruzaram com os cruzeirenses, que retornavam de Curitiba após uma derrota para o Atlético Paranaense. A briga, marcada pelo uso de pedaços de madeira e fogo, causou danos a dois ônibus da torcida cruzeirense, um dos quais foi incendiado.
Tanto o Cruzeiro quanto o Palmeiras se manifestaram oficialmente lamentando o episódio. "Não há mais espaço para violência no futebol, um esporte que une paixões e multidões. Precisamos dar um basta a esses atos criminosos", declarou o clube mineiro. "Que os fatos sejam devidamente apurados pelas autoridades competentes e os criminosos, punidos com rigor", exigiu a equipe paulista.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) continua, nesta segunda-feira (28), à procura de integrantes da Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, que teriam participado de uma emboscada.
"A morte e os ataques a torcedores do Cruzeiro em SP são inadmissíveis. Estamos trabalhando com o MPSP para identificar os homicidas e puni-los. Futebol é alegria. Esses falsos torcedores são criminosos e não representam a torcida do Palmeiras, de tantas glórias", publicou Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça de Minas e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público.
A participação do Gaeco no caso foi determinada pelo procurador-geral de Justiça de SP, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que classifica as torcidas organizadas como "verdadeiras facções criminosas". O promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, também acompanhará as investigações da Polícia Civil, enquanto o Ministério Público de Minas Gerais se colocou à disposição para auxiliar na apuração do caso.