(JUAN BARRETO )
O Cruzeiro, enfim, conseguiu sua primeira vitória nesta edição da Copa Libertadores. Porém, ficou bem aquém da apresentação que seu torcedor espera. Apesar do abismo técnico que o separa do Mineros, o time estrelado não conseguiu valer sua força e bateu o time venezuelano por 2 a 0, na noite desta quinta-feira (19), no duelo disputado no Estádio Cachamay, em Puerto Ordaz. O placar mascara um pouco o que foi o duelo, uma vez que em boa parte do jogo, os comandados de Marcelo Oliveira foram dominados pelos donos da casa. Os gols da vitória celeste foram anotados por Leandro Damião e Marquinhos. Artilheiro do Campeonato Mineiro, o centrovante balançou as redes pela primeira vez nesta Copa Libertadores. O triunfo por 2 a 0 deu ao time estrelado a ponta do Grupo 3. Empatado com o Universitario Sucre no número de pontos (cinco para cada), a Raposa leva a melhor no saldo de gols (dois contra um). Cruzeiro e Mineros voltarão a se encontrar no dia 8 de abril, uma quarta-feira, no Mineirão. O duelo será disputado a partir das 22 horas. Agora, o time estrelado voltará suas atenções para o Campeonato Mineiro. Líder do certame, o Cruzeiro enfrentará o América no próximo domingo (22), no Independência. O clássico terá pontapé inicial às 18h30. ANTICLÍMAX As duas primeiras partidas do Cruzeiro na Libertadores deixaram a sensação de que a diferença técnica entre o time celeste e seus adversários, Sucre e Huracán, era gigantesca. Talvez por isso, os dois empates deixaram várias interrogações no time estrelado. Muito por isso, o time estrelado chegou à Venezuela com a obrigação de vencer e convencer. Mas não foi bem isso que aconteceu. O contexto da história até que começou positivo, uma vez que o Cruzeiro não demorou muito para balançar a rede pela primeira vez nesta Libertadores. Logo aos 11 minutos, Marquinhos recebeu cruzamento pela direita e chutou forte. Romo defendeu parcialmente, mas ali perto estava Leandro Damião, que mostrou oportunismo para subir alto e testar para o barbante. 1 a 0. Após o gol de Leandro Damião, se esperava que o Cruzeiro iria trabalhar mais a bola e, consequentemente, ampliar o marcador. Ledo engano. Apesar da diferença técnica entre as duas equipes ser abissal, o time estrelado ficou refém do adversário, que tomou as rédeas da partida. Tomou porque o Cruzeiro permitiu. A Raposa não funcionou como time. Não conseguiu engatar bons ataques graças à falta de capricho nos passes, que impediam que a equipe celeste chegasse à frente com boas condições de pegar o adversário desprevenido. A marcação, por sua vez, não encaixou. Melhor para o Mineros, que chegou à área defendida por Fábio através de lances bobos e pouco criativos. Por sorte, Léo e Paulo André se mostraram atentos e conseguiram impedir que o time venezuelano conseguisse o empate. No final das contas, o Cruzeiro desceu para os vestiários com a vitória pelo placar mínimo, mas não justificou o resultado. FECHADO Se no primeiro tempo o Cruzeiro deixou muito a desejar, na etapa complementar o panorama não foi diferente. Pouco criativo, o time estrelado não conseguiu agir nem mesmo contra a fraca defesa do Mineros, que se posicionava mal e afastava a bola “como dava”. Defensivamente, o time estrelado continuou com uma marcação deficitária. Não combatia como esperado. Parecia que aguardava as ofensivas dos venezuelanos para ver no que ia dar. Marcelo Oliveira tentou corrigir o poder combativo do time ao fortalecer o meio-campo com a entrada de Charles na vaga de Arrascaeta. A marcação foi reforçada, mas, com isso, a ligação entre defesa e ataque ficou comprometida. Já no final da partida, quando o Mineros atacava sem muito pensar, o time estrelado aproveitou os espaços deixados para “matar o jogo” e assegurar a ponta do Grupo 3 da Libertadores. Aos 38 minutos, Mena avançou pela esquerda, tabelou com Leandro Damião e cruzou rasteiro para área, achando Marquinhos do outro lado para mandar para o barbante. 2 a 0. Àquela altura, já não havia mais o Mineros fazer para reverter o prejuízo e a vitória estrelada estava assegurada. Um dos motivos era a incapacidade dos venezuelanos em concluir à meta defendida por Fábio. Melhor para a Raposa, que voltará para Belo Horizonte com os três pontos. O triunfo que o torcedor estrelado queria veio. Porém, não foi a apresentação que os cruzeirenses esperavam. O DESTAQUE Leandro Damião. Anotou seu primeiro gol na Libertadores, mostrando puro oportunismo e participou ativamente do segundo tento da Raposa, ao tabelar com Mena. LÍDER A vitória por 2 a 0 deu ao Cruzeiro a liderança da Copa Libertadores. O QUE ESQUECER Do futebol entediante do Cruzeiro. A diferença técnica era abissal entre os dois lados, porém o time estrelado não fez muita coisa para merecer a vitória. FICHA TÉCNICA MINEROS 0 X 1 CRUZEIRO MINEROS: Romo, Vallenilla, Machado, Matos, Cíchero; Peña (Luiz Guerra), López (Cabello), Jiménez, Ebby Pérez (Romer Rojas); Blanco e Cabezas. TÉCNICO: Antônio Franco CRUZEIRO: Fábio, Mayke (Ceará), Léo, Paulo André, Mena; Willian Farias, Henrique, Marquinhos, Arrascaeta (Charles) e Alisson (Judivan); Leandro Damião. TÉCNICO: Marcelo Oliveira GOLS: Leandro Damião (aos 11' do 1º tempo); Maquinhos (aos 37' do 2º tempo) DATA: 19 de março de 2015 MOTIVO: Jogo válido pela terceira rodada do Grupo 3 da Copa Libertadores ESTÁDIO: CTE Cachamay CIDADE: Puerto Ordaz (Venezuela) ÁRBITRO: Carlos Vera (EQU) AUXILIARES: Christian Lescano (EQU) e Carlos Herreira (EQU) CARTÕES AMARELOS: Leandro Damião, Paulo André e Mena (Cruzeiro)