Dia D para a SAF: votação dos conselheiros definirá o futuro de Ronaldo à frente do cruzeiro

O Conselho Deliberativo do Cruzeiro define, nesta segunda-feira (4), o futuro de Ronaldo à frente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. Em reunião extraordinária marcada para as 17h30, no Parque Esportivo do Barro Preto, os conselheiros da Raposa vão votar as exigências do Fenômeno para o prosseguimento no projeto.

Antes do pleito, o Cruzeiro, representado pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues, a XP Investimentos, intermediadora do negócio, e a Tara Sports, empresa de Ronaldo, que tem a intenção de efetivar a compra de 90% das ações da SAF, farão uma explanação aos presentes sobre as demandas apresentadas pelo ex-atacante.

Contexto

No dia 18 de dezembro de 2021, Ronaldo assinou a intenção de compra de 90% das ações da SAF do Cruzeiro. Segundo a XP, intermediária da transação, o aporte seria de R$ 400 milhões nos próximos anos – o acordo, entretanto, impõe a obrigação de investimento de apenas R$ 50 milhões. Desse montante, R$26 milhões já fora injetados.

Mesmo com o prazo de 120 dias para a efetivação da aquisição das ações e a possibilidade, prevista no termo inicial, de desistência do negócio por parte do Fenômeno, o ex-jogador assumiu imediatamente a gestão do futebol da instituição celeste. 

Desde então, várias diligências feitas pela equipe do empresário tem mapeado o real e difícil cenário econômico que a Raposa atravessa nos últimos anos. 

Após ficar a par da atual situação, Ronaldo diagnosticou atraso no pagamento da dívida tributária, que em 2021 girava em torno de R$ 180 milhões. Inicialmente, a SAF não arcaria com esse débito, mas o empresário admitiu assumir a dívida, desde que fossem aceitas contrapartidas. 

Pedidos

Ao diagnosticar que o Cruzeiro estava em atraso nas parcelas do acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), feito no final de 2020, e que isso poderia implicar em sanções que afetariam diretamente o departamento de futebol, Ronaldo, que estará presente na reunião, reivindicou a transferência da posse das Tocas da Raposa I e II da associação para a SAF, como contrapartida da assunção da dívida fiscal. 

Para que que haja a alienação desses imóveis, como deseja o Fenômeno, é necessária a aprovação de pelo menos 90% de todos os conselheiros, conforme prevê o estatuto do clube. 

Após ser questionado sobre o pedido, o ex-atacante afirmou que o intuito é evitar a penhora dos dois centros de treinamento por parte do poder público e prometeu não incorporar as duas propriedades ao seu patrimônio pessoal ou de sua empresa. Entretanto, no acordo com a PGFN, apenas a Toca I foi dada como garantia.

Outra exigência por parte do empresário é a de que o Cruzeiro apresente um plano de recuperação judicial ou extrajudicial. 

Apesar de mostrar confiança no futuro à frente do Cruzeiro, Ronaldo disse, por mais de uma vez, que pode desistir do negócio caso as demandas não sejam atendidas. A decisão sobre a continuidade da SAF cruzeirense agora está nas mãos dos conselheiros.