Times duelam neste domingo, na Arena MRV, em Belo Horizonte, revivendo um confronto que já rendeu decisões intensas e episódios polêmicos nos últimos 40 anos.
(Flickr Atlético)
Atlético e Flamengo se preparam para a final da Copa do Brasil, que ocorre neste domingo (10), na Arena MRV, em Belo Horizonte. Em jogo, além do título nacional, está a honra em uma das maiores rivalidades interestaduais do futebol brasileiro. Essa rivalidade remonta a confrontos históricos e polêmicos, começando com a decisão do Campeonato Brasileiro de 1980, que, até hoje, carrega desdobramentos na relação entre as duas torcidas.
No primeiro jogo da decisão deste ano, disputado no Maracanã, o clima já foi de tensão. Agora, na capital mineira, o ambiente promete ser hostil ao visitante, alimentado por uma história de duelos acirrados. Para o torcedor do Atlético, vencer o Flamengo significa reescrever uma narrativa marcada por episódios dolorosos, como os que ocorreram na polêmica Libertadores de 1981.
O início de uma grande rivalidade
A origem da disputa remete ao fim dos anos 1970, quando tanto o Atlético quanto o Flamengo formaram equipes lendárias. Jogadores como Reinaldo, Toninho Cerezo e Éder Aleixo foram ícones para o Galo, enquanto o Flamengo contava com Zico, Júnior e Adílio. Em 1980, os dois clubes se enfrentaram na final do Campeonato Brasileiro, em um duelo com fortes emoções e momentos contestados até hoje.
Na primeira partida, realizada no Mineirão, o Atlético venceu por 1 a 0, com gol de Reinaldo. Porém, na volta, no Maracanã, o Flamengo, liderado por Zico, venceu por 3 a 2 e ficou com o título. A atuação do árbitro José de Assis Aragão foi alvo de críticas, sobretudo pela expulsão de Reinaldo, que mudou o rumo da partida e alimentou um ressentimento que perdura até hoje.
O episódio de 1981: rivalidade reforçada na Libertadores
A rivalidade se intensificou no ano seguinte, na Libertadores de 1981, quando os times se enfrentaram em um “jogo-extra” no Serra Dourada, em Goiânia, para definir o campeão do grupo. Em uma partida marcada pela confusão, o árbitro José Roberto Wright expulsou cinco jogadores do Atlético, resultando na vitória do Flamengo por W.O. O incidente gerou revolta entre os atleticanos e consolidou a animosidade entre as equipes
Wright, conhecido pelo estilo disciplinador, defendeu suas decisões ao longo dos anos, mantendo que seguiu as regras. Em uma entrevista para uma revista esportiva ele ironizou as críticas do Atlético, dizendo que agiu corretamente. A famosa partida de 1981 permanece um dos capítulos mais polêmicos e lembrados da rivalidade.
Outros confrontos memoráveis e momentos marcantes
Desde então, Atlético e Flamengo protagonizaram confrontos decisivos em várias competições, como a semifinal da Copa União de 1987, vencida pelos cariocas. Em 2004, o Galo aplicou uma histórica goleada por 6 a 1 no Brasileirão, e em 2014, conseguiu uma virada épica na semifinal da Copa do Brasil.
Em 2021, o Atlético conquistou o Brasileirão, com o Flamengo como vice-campeão, e venceu a Supercopa do Brasil de 2022 nos pênaltis. No mesmo ano, o Flamengo se vingou nas oitavas da Copa do Brasil, relembrando o clima de hostilidade quando Gabriel Barbosa afirmou que a partida no Maracanã seria “um inferno” para o Galo, o que se confirmou com a classificação dos cariocas.
O jogo deste domingo: mais um capítulo da história
No domingo, os times se reencontram para uma decisão que promete ser acirrada. Com torcidas apaixonadas e um retrospecto de confrontos decisivos e tensos, Atlético e Flamengo chegam com grandes expectativas. Para o Galo, vencer em casa seria uma reafirmação de sua força na Arena MRV e a chance de dar mais um título a sua torcida. Para o Flamengo, trata-se de reafirmar sua superioridade em confrontos históricos e manter a hegemonia em um dos maiores clássicos do futebol nacional.
Independente do resultado, a partida deste domingo acrescentará mais um capítulo à longa e acirrada história entre os dois clubes. Uma rivalidade que ultrapassa fronteiras e que, com certeza, seguirá viva por muitos anos, alimentada pela memória de jogos históricos e pela paixão das torcidas que não deixam o passado ser esquecido.
Leia mais