O anúncio do secretário geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, de que a Primeira Liga não poderá acontecer sequer em caráter amistoso em 2016, como havia sido anunciado, não abalou o presidente da entidade, Gilvan de Pinho Tavares, mandatário do Cruzeiro.
O dirigente disse que foi pego de surpresa com a reviravolta na CBF, mas garantiu que, mesmo com a retirada do apoio da entidade máxima do futebol, a Primeira Liga vai ser disputada já neste ano, conforme a tabela já divulgada oficialmente. A primeira rodada da competição está marcada para o dia 27 de janeiro
“É outro fato que a gente tem a lamentar. No futebol atual, no mundo e no Brasil, estamos lutando para fazer algo mais decente, com muito critério. Todas as decisões foram tomadas em assembleia geral. Em todas as decisões que tomamos, a CBF não foi contra a Liga. E, de repente, eles comunicam que não apoiam mais. A Liga será um torneio oficial do Brasil”, afirmou o dirigente.
A reprovação da CBF bate de frente com o comunicado que havia sido emitido na útlima quinta-feira (14) por Gilvan. “Na penúltima vez que fui recebido pelo presidente (da CBF), fui surpreendido com a volta repentina. O Del Nero me convidou para almoçar, a conversa teve outros presidentes de clubes, como do Flamengo e do Fluminense. A única questão proposta foi que a gente adotasse uma forma diferente de ranking da CBF e das Federações. Por unanimidade, foi apoiada a criação da Liga”, revelou o presidente do Cruzeiro e da associação.
“Combinamos que podia ser um torneio amistoso. Está tudo acertado, tudo combinado, os patrocinadores da Liga acertados, foram mais de seis meses de debate. Fizemos um acordo à moda antiga, com aperto de mão. O Marco Polo Del Nero combinou e, no dia seguinte, ele saiu”, justificou Gilvan.
O presidente da Liga ainda criticou os últimos escândalos de corrupção na cúpula da confederação. “Esperamos que a entidade honre o acordo feito e também tenha posição mais positiva para a moralização do futebol brasileiro. A CBF não está em condições de exigir nada. Se estivesse, não teria um ex-presidente preso e o atual sem poder sair do Brasil", disparou.