(Washington Alves )
Ao que tudo indica, o sonho do torcedor do Cruzeiro de ver um novo meia-armador no clube ficará para a próxima temporada. Nesta quinta-feira (16), em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente da Raposa, Gilvan de Pinho Tavares, descartou a possibilidade da chegada de reforços de renome, a não ser que surja uma grande oportunidade e um parceiro interessado em viabilizar a negociação. Apesar de descartar novos reforços, Gilvan prometeu a chegada de um novo diretor de futebol nos próximos dias e afirmou que o clube celeste está bem perto de anunciar um novo patrocinador máster, que investiria no time até o final da temporada. O mandatário ainda se mostrou favorável a manutenção do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro. Confira abaixo os principais pontos da entrevista. PREÇO DOS INGRESSOS O futebol realmente está mais caro e esse programa de sócios faz com que você não possa diminuir o preço dos ingressos, porque, caso isso ocorra, teremos que, consequentemente, diminuir a mensalidade dos associados. Quem entra para sócio paga de 30 a 50% mais barato no preço final do ingresso e arcando com uma mensalidade pequena. Queremos fidelizar o torcedor, para ter as vantagens com o clube. PATROCÍNIO Estamos estudando algumas propostas. Não aceitamos até o momento porque não atingiram o que pretendemos para uma camisa tão tradicional como a do Cruzeiro. Estamos conversando com uma empresa para o segundo semestre e devemos anunciá-la em breve. CAIXA O Cruzeiro havia acertado o patrocínio com a Caixa. Com a mudança de direção e do panorama financeiro do país, a nova direção se retraiu e não vai patrocinar novos clubes. REFORÇOS Se você apurar o pedido dos torcedores, você vai ver que é um só: todo mundo pede o camisa 10. Mas não é só no Cruzeiro. É no Brasil inteiro. A Seleção Brasileira não tem esse camisa 10. O futebol hoje é jogado de uma maneira diferente e esse jogador não é produzido. Em 2013 e 2014, o Cruzeiro não tinha esse 10. O Everton Ribeiro jogava pela ponta direita com o Mayke. O Goulart pelo centro. Tentamos, fizemos esforço o Robinho, que se aproxima muito desse camisa 10. CÍCERO, FELIPE MELO E DIEGO Parou. Não vamos contratar mais. A não ser que ocorra uma grande oportunidade. As finanças não estão para isso. Se achar um parceiro, faço esse sacrifício. Não vamos fazer mais aventuras. DIRETOR DE FUTEBOL Está próximo. Vai vir de outro estado. Não posso revelar detalhes. JÚLIO BAPTISTA O contrato dele termina dia 31. Ele ainda não está totalmente recuperado da cirurgia no joelho. Está se recuperando bem. Por norma no clube, pagamos integralmente o salário do atleta e não podemos dispensá-lo enquanto ele estiver lesionado. Estamos conversando com o Júlio por uma redução do que ele ganhava para acabar de recuperar e, quem sabe, servir o Cruzeiro. GRANDE REFORÇO Primeiro é preciso dizer que vendemos jogadores que não conseguimos manter após o bicampeonato. Não tínhamos 100% de nenhum deles. Todo esse dinheiro não entrou para o Cruzeiro, temos que pagar comissão, por exemplo. A quantidade de dinheiro que entrou é bem distante da que se imagina. Quem está fora não sabe quanto custa montar um plantel de campeões. Em janeiro deste ano, por exemplo, a folha do Cruzeiro com rescisões e prêmios foi de 49 milhões de reais. A folha ainda é altíssima, gira em torno de oito milhões. Tudo na carteira. Tivemos uma receita no primeiro semestre de R$ 200 milhões, mas tivemos despesas de R$ 202 milhões. Tentamos contratar jogadores, como o Robinho, mas não vamos desembolsar R$ 40 milhões para jogador que não dará retorno financeiro. Não tenho interesse nessa aventura. Em breve, deve vir uma nova norma. Eu, que tinha responsabilidade com o clube, terei de ter ainda mais, para não gastar mais de 80% da receita do clube com o futebol. CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO Eu fiquei muito satisfeito com essa alteração do estatuto da CBF. Agora, os clubes poderão opinar. Os presidentes de clubes defendem mais os pontos corridos. A televisão prefere o mata-mata. O que se tem visto é que os jogos vão ficando mais interessantes nas duas frentes (disputa pelo título e rebaixamento) na reta final do Brasileiro. Eu acho que vai ser difícil mudar essa ideia (de pontos corridos para mata-mata). Eu sou contra. Quero os pontos corridos. RELAÇÃO COM O ALEXANDRE KALIL Sempre brigamos pelo interesses dos nossos clubes . Nunca tivemos uma desavença fora do âmbito esportivo. Quase todas as discussões giraram em torno de divisão de torcidas. Brigamos institucionalmente.