(André Brant)
Ele é dono da camisa 1 do Cruzeiro há dez anos. E quando pisar o gramado do Estádio General Pablo Rojas nesta quarta-feira (30), em Assunção, às 22h (de Brasília), para encarar o Cerro Porteño, do Paraguai, no jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores, o goleiro Fábio deixará seu nome mais uma vez registrado na história estrelada. Ele passará a ser o terceiro jogador que mais defendeu o clube, ultrapassando a marca que atualmente divide com Piazza, de 556 partidas disputadas e ficando atrás apenas de Dirceu Lopes (601) e Zé Carlos (619).
O curioso na história é que o Cruzeiro divulga, no seu site oficial, que o jogador vai alcançar um recorde na partida de hoje que já foi batido há muito tempo. Segundo o clube, o capitão se igualaria esta noite a Raul como o goleiro que mais defendeu o Cruzeiro, com 557 partidas.
De acordo com o jornalista e pesquisador Henrique Ribeiro, que lançou neste mês a segunda edição do “Almanaque do Cruzeiro”, Fábio realmente completa 557 jogos hoje, mas ele já ultrapassou Raul, que nas contas do autor tem 549 partidas. “O Fábio já ultrapassou o Raul. Ele agora vai bater a marca do Piazza”, explica Henrique Ribeiro.
Segundo a assessoria de imprensa do clube, os dados que o Cruzeiro usou fazem parte de um levantamento que o próprio Ribeiro fez para o clube. O historiador, que deixou a assessoria do clube há mais de sete anos, explica que o levantamento não estava revisado quando ele deixou o Cruzeiro, por isso aconteceu o engano.
Superação
Superar recordes com a camisa azul vem sendo uma rotina para Fábio. Além de se tornar o terceiro jogador que mais defendeu o Cruzeiro na história, ele é o atleta que mais atuou pelo clube na Libertadores e no Brasileiro. “Sabemos que não é fácil permanecer tantos anos no Cruzeiro. Ainda mais pela cobrança que existe no clube. Mas tive a oportunidade de mostrar meu potencial e ter equilíbrio, o que é importante na minha posição. Isso me deixa feliz, chegar a essa marca histórica”, comemora Fábio.
Diante do Cerro, ele tentará manter vivo o sonho de vencer uma Libertadores, que viu escapar em 2009, quando o Cruzeiro perdeu a final para o Estudiantes, no Mineirão. O segredo para conseguir a vaga, segundo ele, está no grupo. “Esse grupo é o mais qualificado que integrei nesses dez anos. Mas temos que aproveitar essa qualificação para conquistarmos títulos em 2014. Estamos preparados para a partida”, conta.
Em dia de recorde, capitão celeste pode encarar até disputa de pênaltis
Personagem do jogo, pela marca que vai alcançar, o goleiro Fábio deve ter muito trabalho em Assunção. Os 25 mil ingressos colocados à venda pelo Cerro Porteño já estão esgotados, e o Estádio General Pablo Rojas, onde o clube venceu os três jogos que disputou na primeira fase, estará lotado.
Além disso, o time paraguaio tem um setor ofensivo forte, comandado por Julio dos Santos e pelo centroavante espanhol Güiza, que, segundo especulações, é pretendido pelo Atlético para a vaga de Jô, caso o camisa 7 seja negociado com o futebol europeu após a Copa do Mundo.
Até uma disputa de pênaltis Fábio pode encarar esta noite. O jogo de ida, há duas semanas, no Mineirão, terminou empatado por 1 a 1. Se o placar se repetir esta noite, a decisão do classificado às quartas de final será nas penalidades. Quem vencer, se classifica. Empate sem gols, garante o Cerro Porteño. Com o placar a partir de 2 a 2, dá a vaga ao Cruzeiro.
Arma
Arma para o segundo tempo. Essa é a proposta do técnico Marcelo Oliveira para o atacante Dagoberto, que depois de três partidas fora da equipe, viajou com a delegação para Assunção. Recuperado de uma lesão na coxa direita, o camisa 11 era dúvida, mas se recuperou a tempo e embarcou para a capital paraguaia juntamente com o restante do grupo. O técnico Marcelo Oliveira manterá hoje o mesmo time que empatou com o São Paulo, por 1 a 1, domingo passado, no Parque do Sabiá, pelo Campeonato Brasileiro.