Invicto como jogador, Ronaldo ‘disputa’ seu primeiro clássico mineiro no papel de dirigente

Acostumado a driblar zagueiros e balançar as redes em grandes jogos no Mineirão, Ronaldo assumirá um novo papel neste domingo (6). Depois de assinar a intenção de se tornar sócio majoritário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) formada pelo Cruzeiro, o ex-atacante “defenderá” sua invencibilidade em clássicos contra o Atlético.

Como jogador, o Fenômeno enfrentou o Galo em três oportunidades, entre 1993 e 1994, e jamais deixou o campo derrotado. Foram duas vitórias e um empate. Num dos triunfos, o ex-camisa 9 teve uma de suas atuações mais marcantes pela Raposa.

A estreia

Ronaldo enfrentou o Atlético pela primeira vez no Campeonato Mineiro de 1993, quando tinha ainda 16 anos. Ele saiu do banco de reservas, para substituir Toto aos 32 minutos do segundo tempo. Com gols de Luís Fernando Flores e Nivaldo, a Raposa venceu por 2 a 1. Aílton descontou para o Galo.

Curiosamente, aquele clássico definiria o vice-campeão estadual – o América foi o campeão daquela edição –, mas o resultado acabou anulado. 

O regulamento do Estadual previa que fosse disputado um jogo extra caso duas equipes empatassem, em número de pontos, na segunda colocação. O Atlético, entretanto, recorreu posteriormente à Justiça Desportiva, com a alegação de que deveria ser considerado o vice-campeão por ter mais vitórias. O recurso foi aceito e o jogo, anulado.

Show de Ronaldo

Em 6 de março de 1994, Ronaldo, então com 17 anos, deu uma demonstração do que seria capaz de fazer em gramados de todo o mundo. Com dribles desconcertantes, ele deixou o zagueiro uruguaio Fernando Kanapkis deitado em campo.

Mais do que “entortar” o jogador do Atlético, o atacante mostrou seu poder diante dos goleiros adversários, ao marcar os três gols da vitória cruzeirense por 3 a 1.

A despedida

O terceiro e último clássico de Ronaldo como jogador aconteceu em 1º de maio de 1994. Ele passou em branco, e o duelo terminou empatado por 1 a 1.

No jogo válido pelo Campeonato Mineiro, Gaúcho abriu o placar para o Atlético, e Cleison igualou para o Cruzeiro.

No mês seguinte, Ronaldo viajou para os Estados Unidos, para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Embora tenha sido reserva do time comandado por Carlos Alberto Parreira, despertou o interesse de clubes europeus, como o PSV, que pagou US$ 6 milhões para levá-lo para a Holanda.

Como atleta, o Fenômeno encerrou sua trajetória no Cruzeiro com 56 gols em 58 partidas. Agora de volta na função de dirigente, ele ficará na torcida para que os seus funcionários levem o Cruzeiro a um resultado positivo diante do maior rival.