(André Brant)
O técnico Marcelo Oliveira começará seu trabalho no Cruzeiro no dia 7 de janeiro, mas adianta que algumas medidas são necessárias para iniciar bem a temporada. A primeira, de preferência, é ter o grupo fechado. Outra, a manutenção do meia Montillo. O treinador já pensa na possibilidade de um esquema com o argentino e Diego Souza, no meio-campo.
Nesta entrevista ao Hoje em Dia, o novo técnico do Cruzeiro diz que está preparado para o primeiro clássico contra o Atlético, dia 3 de fevereiro, na reinauguração do Mineirão, válido pela primeira rodada do Campeonato Mineiro. Ele vai enfrentar o clube que o revelou e lhe deu oportunidade como treinador nas categorias de base e no time principal.
Qual a importância de ter o grupo fechado já no dia 7 de janeiro?
É importante para que não iniciemos o trabalho com um grupo, o time se acerte no período de trabalho e, logo em seguida, a gente perca algum atleta. Isso complica um pouco o trabalho, mas também temos que levar em consideração que o mercado é muito concorrido e algumas negociações demoram um pouco mais para ser concretizadas. O ideal, porém, é ter o grupo com o qual vamos trabalhar durante o ano disponível desde o início.
Com Montillo e Diego Souza, você ganha em qualidade no meio-campo, mas perde na marcação. Como evitar um “buraco” no setor?
É claro que já penso em um esquema de jogo, em uma formação tática, mas efetivamente só poderei falar disso quando começarem os trabalhos e puder observar o comportamento do time. Quanto a Montillo e Diego Souza no setor ofensivo, são dois jogadores de extrema qualidade e, para que joguem juntos, precisaremos balancear com homens de marcação mais forte no meio-campo.
Qual treinador o inspirou?
Eu costumo dizer que trago um pouco de cada um dos treinadores com quem trabalhei como jogador. Procurei aprender o máximo com cada um e colocar isso em prática quando me tornei técnico de futebol. Tive vários mestres na carreira, como Telê Santana, Cláudio Coutinho e tantos outros, e me sinto privilegiado por ter sempre trabalhado com profissionais dessa qualidade. Deles, herdei a postura correta e o gosto pelo futebol ofensivo, de toque de bola, técnico, além de alguns métodos de trabalho.
A Copa do Brasil de 2013 terá formato diferente. Com isso, a preparação terá que ser alterada?
Quando você treina um grande time, como é o caso do Cruzeiro, precisa pensar jogo a jogo. A preparação tem de ser feita visando a temporada toda, é claro, mas é importante pensar uma partida por vez, para que a equipe não perca o foco e, se possível, consiga manter o mesmo nível em todas as competições que disputar. Certamente, entraremos fortes para fazer uma excelente campanha.
No Coritiba, você chegou a duas finais da Copa do Brasil, mas ficou com o vice. Que tipo de lições tirou?
A lição que tiramos das finais da Copa do Brasil foi muito positiva. É uma competição difícil. São 64 equipes no início do torneio e passar por todas as etapas até a decisão é realmente complicado. Mesmo não terminando com o título, foi muito bom para o clube voltar a figurar entre os melhores do país depois de um período de muita turbulência.
Cruzeiro e Atlético têm obrigação de conquistar o Campeonato Mineiro. A perda pode gerar uma crise?
O Estadual não pode ser tratado apenas como um laboratório para a temporada, até porque consome um terço do calendário todo o ano. Teremos praticamente um mês de preparação até a estreia, e isso é muito bom na prevenção de lesões e também para treinar o time. A pressão por títulos sempre existirá num clube do tamanho do Cruzeiro. A única forma de amenizá-la é fazer boa campanha.
Sua estreia será contra o Galo. Você vai encarar um time formado. Isso o incomoda?
É importante ressaltar que, em caso de vitória, a equipe não será a melhor do mundo, e nem o contrário, se não sair de campo vitoriosa. É só o início de uma trajetória e, para o fortalecimento do trabalho, seria importante vencer.