(André Brant)
Assustado, porém orgulhoso. Assim Marcelo Oliveira descreveu o desafio de ser o novo treinador do Cruzeiro, posto ao qual foi apresentado nesta segunda-feira (30). Rejeitado pela torcida, que ainda o tem como um dos grandes nomes da história do Atlético, o comandante da Raposa prometeu muito trabalho para ganhar a confiança dos cruzeirenses e disse estar honrado com o convite para assumir o cargo.
“Quero ser julgado pelo que posso fazer. Se é para ser pré-julgado, me julguem pelo recorde de 24 vitórias seguidas (conquistado pelo Coritiba, em 2011), duas finais de Copa do Brasil, dois Campeonatos Paranaenses, sendo um deles invicto, além da revelação de vários jogadores. Acho que qualquer técnico que estivesse aqui hoje seria questionado por algum motivo. Eu tenho a oferecer muito trabalho, de forma honesta, leal, para a gente retomar caminho de conquistas do Cruzeiro”, avaliou o treinador, que completou dizendo que a resistência da torcida a ele é um caso superado, porém que chegou a se assustar.
O primeiro desafio oficial de Marcelo Oliveira será justamente contra o Atlético, clube que defendeu como jogador por 14 temporadas e foi técnico em outras seis oportunidades. Sobre esse jogo, o novo comandante disse que está motivado e quer a equipe pronta para encarar o arquirrival. “O clássico gera uma motivação, uma mobilização natural. Esperamos, no início de fevereiro, estar com um time bem treinado para enfrentar o adversário”, disse.
Gilvan elogia o novo treinador e diz que foi alvo de ameaças
Convicto de sua escolha, Gilvan de Pinho Tavares não poupou elogios ao novo treinador da equipe. Apesar de reconhecer a rejeição de parte da torcida, o presidente preferiu exaltar o novo comandante afirmando que ele é o melhor para o Cruzeiro neste momento.
“Mantenho minha convicção. Nunca tive medo da reação disso ou daquilo, quando aceitei a condição de presidente do Cruzeiro. Cada torcedor tem o treinador de sua preferência. Se fizer muitas enquetes, muitos queriam Luxemburgo, Felipão, Mano Menezes, esse ou aquele. Mas o presidente do Cruzeiro tem que trazer quem ele acha melhor. E o melhor para o Cruzeiro é o Marcelo Oliveira, e tenho certeza disso. O Marcelo é um treinador que gosta de jogar com toque de bola e velocidade, características de todos os grandes times do Cruzeiro.”, pontuou Gilvan.
O comandante confirmou que a torcida chegou a ameaçá-lo, mas disse que após a reação da equipe no Brasileiro não foi mais alvo de qualquer tipo de intimidação. “Cessaram (as ameaças). Eu hoje já penso que aquelas ameaças for em consequência de um resultado ruim naquele momento. Uma delas recebida por minha esposa no jogo contra o Bahia, depois do gol do Bahia. Eles também ameaçaram outras pessoas da minha família, sabiam onde morávamos. Mas hoje percebo que é muito mais revolta de torcedor por causa de gol, pois o time virou e ganhou. De lá para cá, não houve mais ameaças. Foi mais reação de torcedor que não tem o que fazer, reagindo dessa forma. Absurdo a gente ter de conviver com isso em um país que está perto de sediar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo”, avaliou.