(Guilherme Piu)
Apesar do imbróglio que envolve o contrato com a Adidas, o torcedor do Cruzeiro marca presença nas lojas oficiais do clube para comprar a nova camisa celeste. As vendas dos novos produtos começaram nesta quinta-feira (2), data de aniversário de 99 anos do time estrelado.
Serão comercializadas, por enquanto, apenas as camisas de jogo – número 1 (azul) e número 2 (branca). Agasalhos, uniformes de viagem e camisas de goleiro devem ser vendidos a partir de fevereiro.
Mesmo com a euforia de parte da torcida com o material lançado pela Adidas, a parceria com a multinacional de material esportivo está ameaçada, pois o contrato assinado pela diretoria que renunciou no último dia 20 de dezembro é contestado pelo Núcleo Diretivo Transitório que comanda o clube provisoriamente até que novas eleições sejam marcadas, o que só deve acontecer no meio do ano.
Um encontro entre as partes está marcado para o próximo dia 9, quando o clube tentará um novo acordo ou romper o contrato. Se a reunião entre Cruzeiro e Adidas levar ao rompimento entre as partes, um acerto que terá de ser feito é como o time celeste devolverá à empresa os R$ 2,5 milhões que foram antecipados no início de outubro para pagamento de parte da folha de agosto deste ano.
Para o torcedor Sérgio Pedrosa, de 41 anos, o apoio não vai faltar, independentemente da marca que fornecer o material esportivo para o Cruzeiro. “As camisas estão lindas. A expectativa é que a gente tenha um ano de recuperação e a camisa da Adidas sempre foi uma tradição. Nada melhor que começar o ano com uma mobilização da torcida para apoiar o time. Espero que o Cruzeiro consiga resolver o problema com a Adidas. Se tiver uma marca nova, a torcida vai apoiar do mesmo jeito”, disse. Guilherme Piu
Decisão
Até que aconteça uma decisão sobre a sequência, em outros moldes, como pretende a Raposa, ou a ruptura do vínculo, a venda de material esportivo do Cruzeiro com a marca Adidas será regida pelo contrato atual.
Com base nele, a cada camisa vendida, o Cruzeiro irá lucrar R$ 28,80, que representam 24% dos R$ 120 que é o preço da peça ao lojista. Se a compra for efetuada pelo torcedor numa loja oficial, ao preço de R$ 249,99, o clube embolsa mais R$ 17,50, pois tem direito a participação de 7%.
Assim, a Raposa ganha R$ 46,30 em cada camisa oficial da Adidas comprada em suas lojas oficiais. Neste cenário, o clube precisaria vender cerca de 54 mil peças em lojas oficiais para ter direito a receber os R$ 2,5 milhões que pegou adiantado há três meses para pagar salários atrasados.