(Samuel Costa/Hoje em Dia)
Durante toda a semana o Cruzeiro falou da importância de ter atenção com Neymar e que o caminho da vitória era neutralizar o atacante. Parece que ficou apenas nas palavras e os treinamentos foram meras recreações. Neynmar pintou, bordou, driblou, fez gols, deu assistência... O Santos, no Independência, neste sábado, goleou por 4 a 0, em um dia espetacular da Joia santista, que desmoralizou a zaga celeste e arrancou aplausos até da torcida adversária.
Na próxima rodada, os celestes, no domingo, encaram o Bahia, no Independência, às 19h30. O Santos, um dia antes, enfrenta o Atlético-GO, no Bezerrão, às 19h.
O jogo
Apesar dos dois times não disputarem mais nada neste Brasileirão, a partida começou empolgante. O Cruzeiro, retornando ao Independência após proibição de jogar em Belo Horizonte, demonstrava mais desejo de vencer e partia para o ataque. Os santistas, um pouco mais comedidos, confiavam na estrela de Neymar, que participava de praticamente todas as jogadas ofensivas do Peixe.
Martinuccio e Montillo organizavam as principais jogadas de ataque da equipe cruzeirenses. Anselmo ramon exercicia uma função de pivô e procurava se posicionar para receber bola em condição de finalizar. Contudo, os celestes careciam de acertar melhor o último passe, errando bolas cruciais para conseguir chegar em condição de finalizar.
Aos dez minutos, na primeira boa jogada ofensiva santista, brilhou a estrela do craque Neymar. Arouca fez bela jogada pela direita e tocou para trás. A Joia do Peixe se adiantou a marcação e finalizou para o fundo das redes. Silêncio impera na Arena Independência. O gol sofrido parece não ter abalado a Raposa. Anselmo Ramon, aos 15, finalizou de longe, obrigando boa defesa de Rafael.
Aos 22, linda jogada de contra-ataque do Cruzeiro. Everton puxou o contragolpe com maestria e lançou Montillo. O argentino cruzou para seu compatriota Martinuccio, que, cara a cara com o goleiro do Santos, perdeu gol incrível. No entanto, apesar de pressionar mais, a postura atacante dava espaços ao time adversário. Aos 30, Arouca avançou livre pelo meio, fez fila na zaga estrelada e, da marca do pênalti, soltou um foguete. Fábio operou um milagre incrível no Independência.
Aos 32, a preguiça de Neymar fez com que o Santos não ampliasse o marcador. A Joia avançou desmarcado, na frente do gol de Fábio, resolveu dar um passe para André, mas o zagueiro Mateus se recuperou e impediu o gol do centroavante. Três minutos depois, Neymar não quis desperdiçar. Mateus falhou bisonhamente, a bola sobrou para André, que serviu Neymar. O atacante dominou a bola, olhou o posicionamento de Fábio e balançou as redes da Raposa.
A torcida resolveu se manifestar contra alguns jogadores. Sandro Silva, Mateus e Charles ouviam sonoras vaias. Já ao técnico Celso Roth ouvia inúmeros xingamentos na beira do campo. O nervosismo das arquibancadas passou para o gramado; Montillo discutiu com Sandro Silva nos minutos finais da etapa inicial.
SEGUNDO TEMPO
Celso Roth abriu mão da postura mais cautelosa e colocou Fabinho em campo na vaga do contestado Sandro Silva. Com mais um atacante, o time tentava pressionar mais o Santos e incomodar o goleiro Rafael. Aos cinco, quase que a estratégia foi por água abaixo. Rafael Donato falhou, Neymar recebeu a bola, passou por Ceará e Fábio teve que fazer nova defesa espetacular.
Aos sete, de fato, a casa caiu. Neymar arrancou pela esquerda em alta velocidade, passou fácil pelo zagueiro Mateus e tocou para trás. Felipe Anderson só escorou para ampliar o marcador. Torcida celeste aplaude o atacante Neymar após mais um gol santista. Em contrapartida, vaias e gritos de "timinho" são direcionados para os atletas da Raposa. No camarote do Independência, o pai de Neymar sorria entusiasmado.
Abalado com o show do craque do Santos, o Cruzeiro pouco criava. Mas quando as oportunidades apareciam os pés descalibrados impediam que a Raposa figurasse até como coadjuvante no espetáculo protagonizado por Neymar. Os cruzeirenses não conseguiam equiparar o Santos na condição física. Lentos, os celestes tinham que correr atrás da bola e do ágil time do Peixe.
Aos 22, Anselmo Ramon brigou pela bola, trombou com os zagueiros, ganhou a posse e chutou com raiva. Como o dia não era do Cruzeiro, a bola explodiu no travessão de um Rafael que já consentia com o gol sofrido. Aos 25, com o placar praticamente assegurado, o Santos não se aventurava tanto no ataque. O interesse era segurar o marcador e deixar a Raposa sem nenhum tento em casa.
Aos 28, mais uma chance incrível desperdiçada pelo Cruzeiro. Anselmo Ramon deu uma puxeta, já com o goleiro Rafael batido. Galhado tirou a bola em cima da linha do gol, segundo a arbitragem, suscitando polêmica. Nos minutos finais, os torcedores do Cruzeiro gritavam "olé" e vibravam com os dribles do Santos.
Ainda teve tempo para mais um gol santista. Miralles deu um chapéu no zagueiro da Raposa, avançou pela área e rolou para Neymar, desmarcado, anotar seu terceiro gol na partida. A torcida cruzeirense gritou o nome da Joia após a vitória virar goleada.