“Selecionáveis”, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart se tornam peças-chave no bicampeonato

Wallace Graciano - Hoje em Dia
23/11/2014 às 16:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:08
 (André Brant)

(André Brant)

No início de 2013, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart chegaram ao Cruzeiro para completar um elenco ainda em construção, que tinha em Diego Souza a principal referência para a temporada. Porém, o status de “coadjuvantes” não demorou a ser deixado de lado. Com técnica refinada e entrosamento perfeito, a dupla se tornou peça-chave no esquema de jogo estrelado, fazendo do ataque celeste um dos mais temidos do país.     Everton Ribeiro foi quem mais se destacou. Titular desde o início da “era Marcelo”, o rápido meia não demorou muito para assumir papel de protagonista na Raposa. Na campanha do tricampeonato, ele foi o principal jogador de um Cruzeiro que era caracterizado pela força coletiva. Com passes rápidos e instintivos, além dos dribles espetaculares, se sobressaiu mesmo contra defesas sólidas. Não à toa, foi eleito o melhor atleta do certame.   Se no ano passado ele foi o principal nome da Raposa no Brasileirão, nesta temporada o camisa 17 não ficou muito aquém. É, até o duelo contra o Goiás, nesta 36ª rodada, o líder de assistências do certame, com 10 passes certeiros para gol.   “Acompanho o Everton desde a época do São Caetano quando o indicamos para o Coritiba. No primeiro ano lá (em Curitiba), ele entrava e saía, mas se mostrava um jogador muito criativo e técnico. No segundo ano de Coritiba, ele cresceu bastante. E aqui no Cruzeiro ele se tornou um jogador completo”, declarou Marcelo Oliveira.  

Dupla mostrou sintonia (Foto: Luiz Costa/Jornal Hoje em Dia)   Ricardo Goulart, por sua vez, precisou de um pouco mais de tempo para assumir o posto de destaque em um elenco tão equilibrado. Foi preciso que Diego Souza deixasse a Raposa, em meados da última temporada, para que ele conseguisse um lugar de vez na equipe.   E dali não saiu mais. Com rápidas tomadas de decisão, se tornou um elemento surpresa em um ataque que tem na velocidade sua principal arma, função que foi muito elogiada pelo comandante estrelado.   “O Ricardo não é apenas um atacante, mas é um atacante que ajuda a marcar. É um jogador tático, que pode jogar pela direita, pelo meio, pela esquerda e também mais adiantado”, destacou o treinador.   Queda de rendimento passa pelos dois   Após um primeiro turno avassalador, no qual se tornou dono da melhor campanha de um turno na história dos pontos corridos do Brasileirão, o Cruzeiro não conseguiu manter a mesma toada e tropeçou em algumas rodadas do returno. Um dos motivos pela pequena oscilação se deve ao desgaste físico da dupla, confirmado pelo treinador ao longo da temporada.   Após o duelo contra o Atlético, que abriu a decisão da Copa do Brasil, Marcelo Oliveira não perdeu a oportunidade de criticar o calendário do futebol nacional. Segundo ele, o excesso de jogos foi um dos fatores que fizeram com que Goulart e Ribeiro, suas duas principais peças, caíssem de rendimento na reta final da temporada, devido ao desgaste físico excessivo.   “São dois jogadores convocados para Seleção Brasileira e não foram por acaso. Têm muita condição técnica, têm talento. O Goulart é muito decisivo. Hoje, pegou uma bola na frente e não esticou talvez por achar que não conseguiria competir na corrida. O Ribeiro também foi abaixo. São jogadores absolutamente desgastados, mas como o treinador vai tirar o jogador disputando a liderança do campeonato?”, apontou o comandante.   Para se ter uma ideia da importância dos atletas, até o jogo contra o Goiás, neste domingo (23), dos 64 gols anotados pelo Cruzeiro na temporada, 55 saíram enquanto um dos dois estavam em campo.   Além das jogadas que tiveram resultado direto, Everton Ribeiro se tornou o atleta que mais deu passes decisivos no Brasileirão: 82 assistências para conclusões até esta rodada. Goulart, por sua vez, apesar de não ser um atacante de ofício, era o segundo melhor finalizador da equipe, atrás apenas de Marcelo Moreno, homem-referência do ataque estrelado. 

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