(Renato Cobucci/Hoje em Dia)
O retorno dos jogos de futebol à capital, com a reinauguração do Independência, na região Leste, que prometia trazer o lazer novamente para os torcedores da cidade, tem amedrontado os vizinhos do estádio.
Como disse o ex-treinador italiano Arrigo Sacchi, o “futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes”. Mas isso não está sendo considerado por boa parte dos torcedores que vão ao Independência. Os moradores estão ficando assustados com o aumento da violência no local em dias de jogos, especialmente quando o Cruzeiro é o mandante.
No clássico contra o Atlético, no último domingo, com torcida única, formada apenas por cruzeirenses, a expectativa era que de a violência fosse menor ou mesmo não existisse. Entretanto, foi justamente o contrário.
Em frente ao portão de acesso dos ônibus dos times, foi deflagrado o maior combate da história recente do Independência, com a Polícia Militar usando da força para empurrar os torcedores rua acima, para proteger os ônibus com os jogadores.
Com a confusão, mais de 20 torcedores foram presos. Uma senhora que mora em frente ao estádio, assustada com o barulho, se desequilibrou dentro de casa, caiu, bateu a cabeça e se machucou muito.
Disputa
O motivo da violência em jogos do Cruzeiro, de acordo com o coronel Antônio Carvalho, titular do Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar de Minas Gerais, é a disputa entre duas torcidas do Cruzeiro: Pavilhão Independente e Máfia Azul.
“É um contexto de que ‘Eu sou maior do que você’. Já falamos que a disputa tem que ser nas arquibancadas entre quem tem o melhor cântico, a melhor coreografia”,afirma.
O jornalista aposentado Sebastião Soares, 66 anos, mora há 40 em frente ao estádio e, no domingo, temeu pela sua segurança. “Nunca tinha visto isso aqui. Foi uma batalha campal. Fiquei com medo de que um tiro pudesse ser disparado. É uma questão de cultura das torcidas. Mas aqui não é lugar para estádio, as ruas não comportam. Queríamos um espaço de convivência para a comunidade”, reivindica.
Já a comerciante Hermília de Araújo, 73, está gostando do retorno do futebol ao Independência, mas lamenta a “guerra” de domingo. “A polícia tinha que ter isolado a área”, avalia.
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