(Lucas Prates)
MARRAKESH – O técnico Cuca não faz mais parte do Atlético e ainda pode levar dois jogadores do Galo para o futebol chinês. Boa parte da entrevista dele no sábado (21), após a conquista do terceiro lugar no Mundial, já era com perguntas dos jornalistas dos olhos puxados, que tinham o primeiro contato com o novo treinador do Shandong Luneng. Lá, o treinador vai receber cerca de R$ 1,5 milhão por mês.
“Gostei muito da equipe do Guangzhou Evergrande. Eles trabalham muito bem a bola, têm variação tática, que nos deu muito trabalho”, avaliou Cuca, sobre o clube que terá como adversário no país asiático de agora em diante. “Vi que vou ter muito trabalho na China, mas acho que dá para fazer um trabalho por lá”, completou o treinador.
Ele não quis entrar em detalhes sobre os jogadores atleticanos que levaria. Confirmou apenas que a diretoria do Shandong deu o aval para que ele contratasse dois atletas de sua confiança. “Não tem nada acertado. Me deram esta possibilidade, o que é natural quando um treinador está chegando em um novo clube”, resumiu.
O atacante Luan e o volante Pierre são os nomes especulados, apesar de a diretoria do Galo não confirmar.
Dificuldades e vaia
As dificuldades que o Atlético teve para vencer o Guangzhou por 3 a 2, para o técnico, ainda era efeito de quarta-feira passada.
“Hoje (ontem) era um jogo mais complicado por causa do revés de quarta-feira. Você tem que levantar o moral para terceiro lugar, mas viemos de um fracasso. Não é fácil. Falo por experiência própria. O torcedor passou a nos cobrar. Começamos pior, mas a entrada do Luan mudou a situação e nós conseguimos vencer”, avaliou.
Ele também lamentou ter sido vaiado no sábado por parte dos torcedores atleticanos que foram ao estádio assistir à disputa do terceiro lugar do Mundial. “Eu tinha um troféu de não ser vaiado no Atlético em dois anos e meio, e hoje isso acabou. Futebol é assim”, frisou.
Hora de planejar a próxima temporada
Desde 24 de julho, quando Réver ergueu o sonhado troféu da Libertadores, jogadores e torcedores do Atlético “respiravam” o Mundial de Clubes. O Marrocos entrou no cotidiano dos alvinegros. Não havia quem não apostasse numa decisão contra o poderoso Bayern de Munique, vencedor da Liga dos Campeões da Europa.
Vieram os anfitriões do Raja Casablanca e estragaram os planos do Galo na semifinal. A Massa se sentiu envergonhada com a precoce eliminação no torneio e iniciou uma busca por culpados. Cuca foi criticado por anunciar sua saída às vésperas da estreia. Marcos Rocha acabou vaiado por ter xingado o técnico.
O grupo se abateu e apresentou um futebol abaixo da média na vitória sobre o Guangzhou. O Mundial serviu de lição e o Atlético promete um 2014 semelhante ao primeiro semestre de 2013.
“Independentemente de não termos conseguido o nosso objetivo, encerramos o ano com dignidade e honra. Acho que o balanço da temporada é positivo, a mais importante da história do clube. Isso deve ser enaltecido”, afirmou o goleiro Victor.
De saída para a China, Cuca disse ontem que levará dois jogadores do Galo. Pierre afirmou que não é um deles. “Na minha cabeça só está no Atlético. O ano que vivi aqui foi maravilhoso, com a conquista da Libertadores e a oportunidade de disputar um Mundial”. O contrato dele se encerra no fim de 2014.