(Bruno Cantini/Atlético)
O dia 21 de março de 2020 marca o aniversário de 40 anos de um dos maiores ídolos do futebol brasileiro e mundial.
Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho encantou o planeta com jogadas, atuações, títulos e um carisma que levam multidões a todos os lugares em que ele se apresenta.
Diante de tanta idolatria, Ronaldinho certamente não imaginava que iria passar essa importante data na situação em que está.
Acusado de entrar no Paraguai com passaporte falso, o ex-jogador está preso desde o dia 4 de março, juntamente com seu irmão, Assis, em Assunção.
Além de ter os três pedidos para conversão da prisão preventiva em domiciliar negados pela justiça paraguaia, Gaúcho não pode receber visitas no dia do seu aniversário, em função das medidas protetivas determinadas pelas autoridades locais contra o coronavírus.
Dentro de campo, o ex-jogador teve a carreira marcada por momentos brilhantes e algumas polêmicas.
Quando sua trajetória nos gramados parecia caminhar para um discreto final, Ronaldinho reencontrou em Belo Horizonte a alegria de jogar, tendo no Atlético seu último momento de protagonismo no futebol.
Carreira
Desde os primeiros passos nas categorias de base do Grêmio, Ronaldinho já chamava atenção de quem o acompanhava.
O talento incomum para a idade fez com que o jogador fosse apontado como uma grande promessa do futebol brasileiro.
E a expectativa se cumpriu. Gaúcho surgiu com um furacão no time principal do Tricolor Gaúcho - onde teve uma saída conturbada -, brilhou no PSG, e foi campeão mundial com Seleção Brasileira em 2002, com apenas 22 anos.
O auge viria nos anos seguintes. Em uma fase brilhante, que o fez ser comparado com os maiores jogadores da história, Ronaldinho Gaúcho foi rei em Barcelona.
Com um desempenho espetacular, o meia-atacante recolocou o time da Catalunha entre os protagonistas, empilhou títulos e foi coroado como o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005.
Queda e volta ao Brasil
Após deixar o time espanhol, Ronaldinho teve uma passagem discreta no Milan, onde não teve o mesmo de destaque de outrora.
A volta ao Brasil veio em 2011. Após frustrar Palmeiras e Grêmio - que sonhava com o retorno do então ídolo - o craque acertou com o Flamengo.
Depois de uma boa primeira temporada, em que ajudou o Rubro-Negro a se classificar para a Copa Libertadores, Ronaldinho entrou em rota e colisão com o técnico Vanderlei Luxemburgo e com a diretoria do clube carioca.Bruno Cantini/Atlético
Retomada e brilho no Galo
Em um movimento que pegou o meio do futebol de surpresa, Ronaldinho Gaúcho apareceu na Cidade do Galo no dia 4 de junho de 2012, sem qualquer alarde ou badalação, que seriam naturais pela sua importância, e já treinou com os companheiros.
Cercado de desconfiança em função de episódios extra-campo, o meia-atacante rapidamente tirou qualquer dúvida se poderia ter um bom rendimento no Alvinegro.
Com belas atuações, Ronaldinho levou o Atlético ao vice-campeonato brasileiro daquele ano, e foi premiado com a Bola de Ouro da revista Placar.
No ano seguinte, o ápice. Com o craque como maestro e principal referência em campo, o Galo conquistou o maior título da sua história: a Copa Libertadores.
Foi a consagração para um time que tanto almejava uma grande taça, e de um jogador que mostrou que reencontrou em Minas Gerais a magia e o grande futebol que o colocaram com um dos maiores da história.
Em 2014, Ronaldo até iniciou o ano com expectativas de ser convocado por Felipão para a Copa do Mundo do Brasil.
Sem a convocação para o Mundial, e com uma queda de rendimento em campo, aliada a um desgaste com o técnico Levir Culpi, o fim da trajetória de Ronaldinho Gaúcho se desenhava.
Último ato no Galo
O último ato pelo Galo foi no dia 23 de julho, no segundo jogo da final da Recopa Sul-Americana, quando o Atlético venceu o Lanús, da Argentina, por 4 a 3, no Mineirão, e conquistou o título do torneio.
Substituído por Luan durante a partida, Gaúcho já sinalizava que o confronto com os paraguaios seria o último pelo Alvinegro.
No pódio, Ronaldinho registrou imagens da premiação com o celular, abraçou companheiros e membros da comissão técnica, em uma espécie de despedida antecipada.
O anúncio do fim do casamento com o Galo veio cinco dias depois. Em uma coletiva de imprensa, Gaúcho se despediu do Atlético e se emocionou ao agradecer o carinho que recebeu dos torcedores durante sua passagem por Belo Horizonte.
Antes de encerrar a carreira, Ronaldinho ainda passou por Querétaro, do México, e pelo Fluminense, sem conseguir repetir o mesmo sucesso que o tornou um dos maiores jogadores da história do Galo.