(Bruno Cantini/Atlético)
Os gritos de “Eu acredito” vinham da alma, passavam pela garganta e ecoavam no Mineirão e do Independência. Foi assim em 2013 e 2014, quando viradas improváveis se tornaram reais para o Atlético e a Massa. Depois daquele período, porém, a mística perdeu sua força, em função de fracassos impactantes. Seria possível a mágica de outrora renascer como uma fênix nesta quarta-feira (17), às 19h15, no Horto, diante do arquirrival Cruzeiro?
Quem pode responder a esta pergunta são os comandados de Rodrigo Santana, que precisarão vencer a Raposa por quatro ou mais gols de diferença para avançar às semifinais da Copa do Brasil de forma direta ou, no mínimo, emplacar um triunfo por três tentos de saldo a fim de levar a decisão da vaga para a disputa de pênaltis. Só que se depender do retrospecto do Galo em mata-matas de 2015 para cá, fica difícil imaginar uma reviravolta.
Considerando confrontos válidos em torneios expressivos como Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana, o Atlético não foi bem-sucedido na missão de inverter um placar desfavorável em jogos de ida em três oportunidades – em duas outras ocasiões, obteve êxito.
Nas quartas de final da Libertadores de 2016, o alvinegro havia perdido o primeiro jogo para o São Paulo por 1 a 0 no Morumbi. Venceu a volta por 2 a 1 no Horto, mas acabou eliminado pelo critério gol fora de casa. No mesmo ano, o time não inverteu a vantagem gremista de 3 a 1 obtida no Mineirão, na final da Copa do Brasil – empatou o segundo duelo em Porto Alegre em 1 a 1 e ficou com o vice.
Algo semelhante aconteceu na Libertadores de 2017, quando a equipe foi derrotada para o Jorge Wilstermann, da Bolívia, na ida das oitavas de final, por 1 a 0. O empate em 0 a 0 no Mineirão frustrou os torcedores que acreditavam numa virada.
Já nas oitavas da Copa do Brasil de 2017 e na segunda fase da Sul-Americana de 2019, contra Paraná e La Calera, do Chile, respectivamente, o Galo angariou a classificação após inverter a vantagem adversária construída no primeiro jogo.
As quartas de final desta Copa do Brasil representam o maior teste do Galo em mata-matas da década. Resta ao torcedor alvinegro confiar em atletas como Cazares, Elias, Réver, Zé Welison e outros, tão criticados na goleada sofrida por 3 a 0 na ida, no Mineirão.
Mudanças?
O Galo pode ter modificações em seu setor ofensivo. Os mais cotados para entrar são os meias Otero e Geuvânio, sendo que eles podem substituir qualquer um dos quatro jogadores que formaram o ataque atleticano na semana passada.
Os dois foram titulares no último domingo em Chapecó, contra a Chapecoense, pela décima rodada do Campeonato Brasileiro.
O Galo venceu por 2 a 1, de virada, e, embora Otero e Geuvânio não tenham feito grandes atuações, são eles as duas opções de maior qualidade que Santana tem para tentar mudar a maneira de jogar de sua equipe.
Superar o Cruzeiro pelo placar almejado significa fazer uma partida de erro zero. Em outras palavras, é necessário a cada jogador ter seu melhor desempenho no ano. Alguém aí acredita?