O status de atual bicampeão do Aberto do Brasil não foi suficiente para levar Bruno Soares à quadra central. Depois de disputar as quartas de final no mesmo horário da estreia do espanhol Rafael Nadal em simples, o tenista voltará a jogar em uma quadra secundária na semi ao lado do parceiro austríaco Alexander Peya.
"Não me sinto ofuscado pelo Nadal, mas ligeiramente desapontado com a organização, sinto uma certa falta de carinho com a minha pessoa. Não tem como competir com o Nadal e nem quero fazer isso, mas acho que merecemos um pouco mais de respeito e, na minha opinião, isso não está acontecendo", reclamou.
Ao lado do compatriota Marcelo Melo, Bruno Soares conquistou a edição de 2011 do Aberto do Brasil, então disputado na Costa do Sauípe. No ano seguinte, com o norte-americano Eric Butorac, repetiu a dose em São Paulo. Atual 19º colocado na lista de duplistas, ele está há 12 jogos invicto no evento.
"Tenho uma história bacana no Aberto do Brasil. Vocês me conhecem e sabem que tento ver o lado positivo de tudo, mas é complicado e acho que mereço um pouco mais de carinho e atenção pelo que venho fazendo pelo tênis. Não só eu, mas o Marcelo (Melo) e os outros brasileiros nessa luta", declarou.
Recordistas de títulos entre os duplistas brasileiros com 11 conquistas, Bruno Soares e Marcelo Melo venceram recentemente os irmãos norte-americano Mike e Bob Bryan, melhor parceria da história, na Copa Davis. Para completar, Soares é o atual campeão da chave de duplas mistas do Aberto dos Estados Unidos."De maneira alguma eu faria uma solicitação para jogar na central. Os jogos lá são por alguns motivos, como (pedido da) televisão, merecimento, ser do país. No meu humilde e positivo modo de ver as coisas, hoje em dia eu mereço isso. Sei que não é fácil fazer a programação, mas sei que dá para fazer melhor do que isso", declarou.
Com as arquibancadas vazias, Bruno Soares e Alexander Peya venceram os colombianos Juan Sebastian Cabal e Santiago Giraldo nesta quinta-feira. Às 15 horas (de Brasília) de sexta, eles encaram o argentino Horácio Zeballos e o austríaco Oliver Marach em busca de uma vaga na final e da chance de finalmente jogar na quadra central.
"Ninguém viu, mas fizemos uma grande apresentação. Não me sinto apagado. Estamos na semifinal de mais um Aberto do Brasil e, independentemente da quadra, nada vai abalar meu jogo. Espero ganhar mais uma para disputar a final. Se a central não vir até mim, eu vou até a central", avisou.