(Carlos Roberto e Samuel Costa)
A decisão entre Cruzeiro e Atlético, a partir das 16 horas, no Mineirão, vale muito mais que a taça da 100ª edição do Campeonato Mineiro. Estará também em jogo a “propriedade” do novo Gigante da Pampulha.
Reinaugurado no ano passado, o estádio, um dos palcos da Copa do Mundo, se transformou na casa cruzeirense, pois com um contrato para mandar as partidas no Independência, o Galo fez do Horto o seu terreiro.
Mas no ano passado, o maior da sua história, as duas conquistas do Atlético foram justamente no Mineirão. Em 19 de maio, apesar da derrota de 2 a 1 para o rival, chegou ao bicampeonato estadual na primeira final da nova arena. Dois meses depois, em 24 de julho, o Galo vivia seu grande momento conquistando na Pampulha a Copa Libertadores.
Estava decretado para o atleticano: o Mineirão era o salão de festas do clube. Na discussão com o rival, a alegação era de que o Galo jogava no Horto e conquistava títulos na Pampulha. Hoje, essa provocação pode ganhar força, pois em caso de vitória, o Atlético garante o primeiro tricampeonato estadual do século.
Essa marca da rivalidade explica a grande festa cruzeirense em 10 de novembro do ano passado, quando fez 3 a 0 no Grêmio, pela 33ª rodada da Série A. O título brasileiro – que foi conquistado na rodada seguinte, diante do Vitória, em Salvador – ainda dependia de um ponto. Mas a Raposa precisava fazer a festa em casa, para superar o trauma. Além disso, o anúncio de 56.864 pagantes foi comemorado. Era um novo recorde em partidas de clubes na arena após a reforma. O anterior eram 56.557 torcedores, justamente no Atlético x Olimpia em que o rival conquistou a América.
Retrospecto
Para comemorar de fato o primeiro título no novo Mineirão, o Cruzeiro, que precisa apenas do empate para levantar a taça de forma invicta, tem a seu lado um retrospecto impressionante nos últimos 20 clássicos disputados no Gigante da Pampulha.
São números de dono da casa, pois a Raposa venceu 15 vezes e perdeu apenas três. Foram dois empates. No ano passado, os comandados de Marcelo Oliveira venceram os três confrontos no estádio.
Com a “posse” do Gigante da Pampulha como ingrediente principal, a final do Campeonato Mineiro de 2014 dará ao torcedor que fizer a festa depois do apito final um prazer duplo. Além de gritar: “É campeão!”, terá a chance de cutucar o rival com uma autêntica escritura verbal: “Aha, uhu, o Mineirão é nosso!”.