Definida no ano passado, maratona de setembro e outubro gera reclamações dos clubes

Frederico Ribeiro e Felippe Drummond Netto - Hoje em Dia
16/09/2014 às 08:08.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:13
 (Montagem com fotos de Miguel Schincariol/Estadão Conteúdo e Luiz Costa/Hoje em Dia)

(Montagem com fotos de Miguel Schincariol/Estadão Conteúdo e Luiz Costa/Hoje em Dia)

O poder econômico dos clubes brasileiros cresceu. Os programas de sócio-torcedor alavancaram, o número limite de estrangeiros por time foi aumentado, e até o banco de reservas já pode ter mais de sete atletas. Contudo, se há um aspecto que não mudou no futebol nacional foi o massacrante calendário, metralhado de críticas por treinadores e jogadores das equipes.

Os protestos aumentam principalmente nesta altura da temporada, entre setembro e outubro, devido à chegada das equipes que disputaram a Libertadores no primeiro semestre à Copa do Brasil. Até o fim do próximo mês, o torneio disputado no sistema “mata-mata” e o Brasi-leirão ocuparão, juntos, todas as datas de meio e fim de semana.

Em resumo, serão oito rodadas em setembro e nove em outubro. Ou seja, datas suficientes para disputar quase um turno inteiro do Campeonato Brasileiro “espremidas” em apenas 61 dias.

Obviamente, o ritmo acelerado afeta o rendimento dos times. Sem poder descansar os jogadores, as equipes perdem em qualidade física e técnica, e o risco de lesões musculares aumentam.

Algumas medidas incomuns foram adotadas para minimizar esse problema. No Atlético, por exemplo, Levir Culpi aboliu a concentração quando o Galo joga em casa.

“A decisão é minha e é por conta do calendário ridículo que o futebol brasileiro tem. Os jogos são desgastantes, as viagens são longas e não temos horários bons”, disparou o treinador ao tomar a medida, em agosto.

Datas fifa

Outro problema do calendário nacional são as possíveis ausências de jogadores convocados pelas seleções. Como a CBF não paralisa seus torneios nas datas reservadas pela Fifa, algumas são obrigadas a atuar – muitas vezes em jogos decisivos – sem as principais estrelas.

Na 19ª rodada do Brasileiro, por exemplo, foram 21 baixas. O Cruzeiro ficou sem Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, além de Lucas Silva e Alisson, recrutados para a equipe Sub-21. Já o Corinthians perdeu Gil e Elias, além de Guerreiro e Lodeiro, para as seleções de Peru Uruguai, respectivamente.

Com tamanho desfalque, a Raposa até cogita adotar uma postura radical e pedir a dispensa de atletas convocados ou o adiamento de partidas.

Voz ativa

As mudanças no calendário são uma das bandeiras do Bom Senso F.C., movimento em prol do futebol brasileiro comandado por jogadores e ex-atletas profissionais. Entre as propostas para reorganizar o sistema operacional do futebol no Brasil está a extensão do calendário para clubes de pequeno porte. Segundo dados do grupo, 85% dos clubes profissionais ficam totalmente inativos por seis meses ao ano.

Atlético quer reação como visitante para entrar no G-4
 
A fase não é das melhores, mas os jogadores do Atlético sabem que a único jeito de melhorar é voltar a vencer e finalmente entrar no G-4.

Para isso, mesmo longe de casa, o time espera recuperar, diante do Goiás, no estádio Serra Dourada, os pontos perdidos no empate sem gols contra o Grêmio.

“A gente visualiza o G-4. E, para alcançar esse objetivo, temos que vencer fora de casa também. Só precisamos melhorar um pouco no sentido de conclusão das jogadas”, avalia o goleiro Victor.

Nessa segunda-feira (15), como de praxe, os titulares da partida contra o Grêmio ficaram apenas na academia do centro de treinamento, enquanto os reservas ou os que entraram no decorrer da partida foram a campo para um trabalho técnico.

A novidade ficou por conta de Josué, que deu início à transição entre os departamentos médico e físico. Apesar de trabalhar com bola, ele ainda não deve ganhar condições para encarar o Goiás, mas pode ter chance de ser aproveitado no clássico de domingo, contra o Cruzeiro.
 
Raposa conta com o fator casa para se distanciar
 
Nessa segunda-feira (15) foi um dia atípico para os jogadores do Cruzeiro. Com o sabor da derrota para o São Paulo ainda na boca, mas com a confiança de quem ainda tem quatro pontos de vantagem, a reapresentação foi de pouca euforia.

Os jogadores que começaram a partida contra o Tricolor, no Morumbi, fizeram atividade regenerativa na academia da Toca da Raposa II. O volante Henrique, desfalque contra os paulistas, ressaltou que o elenco precisa manter a cabeça erguida.

“O ambiente foi igual (após a derrota). Claro que todos chateados, mas não podemos baixar a guarda, pois não acabou ainda. Temos outro jogo pela frente e temos que seguir firmes”, reforçou.

O líder do Campeonato Brasileiro havia construído uma série de 19 jogos sem experimentar uma derrota. Em casa, diante do Atlético-PR, será a chance da retomada.

No Mineirão, o time de Marcelo Oliveira possui 100% de aproveitamento. O principal trabalho do treinador será escolher bem quem substituirá o suspenso Ricardo Goulart no meio.

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