Desafio de triatleta mineiro é superar demais brasileiros em Mundial

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
21/10/2015 às 07:39.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:09
 (FREDERICO HAIKAL)

(FREDERICO HAIKAL)

Poucos esportes exigem tanto do corpo e da mente quanto o triatletismo. Imagina então quando a prova em disputa envolve a nata mundial da modalidade. É exatamente nesse ponto que entra o belo-horizontino Magnus Cesar Bouchardet. Aos 37 anos, o professor pós-graduado em filosofia pela UFMG embarca nesta quarta (21) para Maui, no Havaí, nos Estados Unidos, onde disputa, dia 1º de novembro, o Mundial Xterra de triatlo.

A prova off-road é composta por 1,5 quilômetros de natação, 32 de ciclismo e 10 de corrida, tudo isso com direito a obstáculos naturais, como riachos, lamaçais, subidas e descidas, pedras, terra, areia e vegetação nativa. Apesar da dimensão do desafio, Magnus está confiante que pode fazer bonito na prova em Maui.

“Minha expectativa é ficar entre os primeiros brasileiros da competição. O nível que vou enfrentar é muito maior que o das etapas nacionais do Xterra. Mesmo assim, na minha categoria (35 a 40 anos) vou tentar terminar entre os cinco primeiros”, acredita o triatleta, que está entre os três primeiros do país nessa categoria, além de ser top 10 no ranking geral do Xterra Brasil.

Magnus conquistou sua vaga para o mundial após se classificar na etapa brasileira da categoria, em Ilhabela/SP, em maio deste ano. “Ao todo o Xterra tem dez etapas no Brasil, mas só a de Ilha Bela vale vaga no Mundial. Na minha categoria eram duas vagas e eu conquistei uma ao ficar em segundo”, lembra.

Magnus se programou para ir com boa antecedência para Maui. “Além do tempo que terei para descansar, pois são aproximadamente 35 horas de viagem, vou poder treinar nos locais da competição e me acostumar com o clima e geografia do local, como a densidade da água, o tipo de terreno que enfrentarei no mountain bike, além saber em que parte do percurso posso aproveitar melhor meu estilo”, avalia Magnus.

Dificuldades

Mas nem tudo é comemoração para o triatleta mineiro. Sem contar com o apoio irrestrito de patrocinadores, Magnus avalia que os gastos com a viagem serão de aproximadamente R$ 12 mil. Mas pelo menos ele tem apoiadores.

“O custo com viagem é muito alto e infelizmente não tenho todo esse dinheiro. Conto com o apoio do grupo Eleven Brasil, que me ajuda com 40% do gasto. O restante vou ter que pagar do meu bolso”, lamenta o triatleta, que ficará hospedado com outros brasileiros.

“Ficarei numa casa com outros quatro brasileiros para amenizar as despesas e deveremos alugar carro. Teremos dias de profissionais, e isso inclui muita disciplina.”

Indignação

Se é difícil competir na modalidade de Magnus, imagina treinar. “É muito difícil ser triatleta no Brasil. Ninguém olha para o nosso esporte e não há investimento na modalidade. Além disso, não temos locais para treinar. Quando saio de bicicleta com outros triatletas, os carros e motos não nos respeitam. Isso nos inibe a treinar. Isso fora os assaltos, com gente tentando levar nossos materiais”, lamenta o triatleta de Belo Horizonte.

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