Caio Torres quase não jogou a final do NBB. O pivô do Flamengo chegou a ser suspenso pela confusão entre o time e o São José, no quarto jogo da série semifinal. Mas pouco antes da partida deste sábado contra o Uberlândia a suspensão foi revogada e Torres pôde jogar. E como os seus companheiros rubro-negros ficaram felizes com isso.
"Foi muito difícil quando eu fiquei sabendo que não poderia jogar. Passei a noite inteira sem dormir", comentou Torres, enquanto tentava recobrar o fôlego, ao fim do confronto. "Joguei todas as partidas, não perdi nenhuma. Ficar de fora da final seria muito difícil, depois de tanto treino e sacrifício."
Numa manhã em que Marquinhos, o MVP da temporada, foi sólido, mas não brilhou, e as bolas de três não caíam (foram 11 erros consecutivos até a primeira cesta do perímetro) o pivô foi o desafogo flamenguista. Contra a forte defesa dos mineiros, Torres tomou conta do garrafão, marcou 23 dos 77 pontos rubro-negros e foi o cestinha da partida. Sem ele, dificilmente o Flamengo conquistaria o título.
"Se não fosse eu seria outro jogador", disse com humildade o pivô, de poucas palavras e muito suor, dentro da quadra, com as redes arrancadas da cesta penduradas no pescoço. "O que um jogador faz não é nada sem o time. Pude ajudar e fico feliz".
Foi uma temporada agitada para o pivô e de muitas conquistas. Não apenas dentro da quadra - além do título coletivo, foi eleito para a seleção do campeonato. Em setembro, Caio, que completará 26 anos neste domingo, será pai pela primeira vez. Vai nascer Caíque, e seu primeiro brinquedo será a medalha de ouro do pai.
"É uma felicidade imensa. Só tenho que agradecer a Deus e a todo mundo que me apoia. Não parei para pensar ainda. É uma felicidade imensa", repetia Torres, com um ar atônito.
O futuro parece feliz e brilhante para o jogador, mas há indefinições. Seu contrato com o Flamengo expirou. Ele pretende continuar no clube, mas não quer pensar nisso agora."Só faço contratos de um ano. Não discuto esse assunto antes do último jogo. Vamos conversar, mas agora é comemorar."