(Pedro Souza / Agência Galo / Clube Atlético Mineiro)
O surto de covid-19 que atingiu o Atlético nas últimas semanas fez com que o time tivesse muitos desfalques, especialmente no meio de campo, nos últimos três jogos do Campeonato Brasileiro.
Nos duelos em questão, o alvinegro não pôde contar com Allan e Alan Franco, e teve Jair apenas na derrota para o Athletico-PR. Com isso, ficou sem nenhum volante de ofício dois jogos seguintes.
Para armar a equipe para o confronto com o Ceará, Jorge Sampaoli e Leandro Zago (que substituiu o argentino na beira do campo), optaram em escalar Dylan Borreiro - meia-atacante de origem - mais recuado, à frente da defesa.
Como Dylan foi expulso diante do Vozão, a comissão técnica do Galo novamente teve que quebrar a cabeça para encontrar uma formação competitiva para encarar o time da Estrela Solitária, na última quarta-feira (25), no Mineirão.
A alternativa escolhida foi armar a equipe com três zagueiros, quatro meias e três atacantes, sem laterais ou volantes de ofício.
Nesse contexto, um dos escolhidos para iniciar jogando foi Hyoran, meia-atacante, que vinha em baixa no Atlético nos últimos jogos, com atuações sem brilho.
A improvisação deu certo e Hyoran se destacou na vitória do Galo por 2 a 1, inclusive, ganhando o prêmio de melhor em campo pela TV Globo, que transmitiu a partida.
A boa movimentação, aliada a qualidade na saída de bola e na marcação também renderam elogios de Leandro Zago ao jogador, após a partida.
No dia seguinte ao duelo, Hyoran, emprestado pelo Palmeiras até o final da temporada, comentou sobre a mudança forçada, mas bem sucedida.
"Foi uma situação diferente, mas foi uma oportunidade para mim. Procurei desempenhar da melhor maneira possível. A gente conseguiu, junto com todo o grupo, com todo mundo conversando, se ajudando, fazer uma grande partida. Fico muito feliz de ter feito um bom jogo", disse o meia.
Exemplo de Nathan
Sem prestígio junto à torcida, e com poucos minutos em campo nos últimos jogos, o jogador pode vislumbrar um futuro promissor no Galo, após a boa atuação em outra função.
Para isso, o meio-campista pode se inspirar em Nathan, que viveu situação parecida no ano passado.
Contratado por empréstimo no meio de 2018, o jogador não havia conseguido se firmar no time alvinegro, até que a oportunidade de jogar em outra função mudou o seu rumo dentro do Galo.
Meia-atacante de origem, Nathan foi escalado pelo técnico Rodrigo Santana como volante e deu conta do recado.
Com bom passe e infiltrações com qualidade na área adversária, o jogador conseguiu se destacar em um segundo semestre bastante discreto do Atlético em 2019.
As boas atuações mudaram o meia de patamar no Atlético junto aos treinadores e à torcida.
O prestígio adquirido pelo bom futebol, inclusive, fez com que Nathan, até então emprestado pelo Chelsea-ING ao Atlético, fosse adquirido em definitivo por 3 milhões de euros (R$ 17,9 milhões na cotação da época), em julho.
Agora, com um exemplo bem sucedido dentro do próprio elenco, é a vez de Hyoran tentar deixar para trás as atuações ruins e "virar a chave" dentro do Galo, assim como fez Nathan.