Destaque na Copa São Paulo, Matheusinho é tratado como novo talento americano

Gláucio Castro - Hoje em Dia
14/01/2016 às 07:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:01
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Viver em Barcelona e estampar no peito o azul grená do clube de Neymar e Messi é o maior desejo de Matheus Leonardo Sales Cardoso, de 17 anos, como acontece com muitos adolescentes. Mas, por enquanto, a realidade ainda é bem distante. Ele mora em Ribeirão das Neves, pega dois ônibus para treinar e disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Neste início de 2016, porém, o pequeno Matheusinho, de 1,64m, começa a viver um primeiro sonho. Ele é um dos destaques do América no mais importante torneio de futebol de base do País, desperta a atenção de vários clubes e foi “convocado” pelo técnico Givanildo Oliveira a treinar com os titulares assim que a competição acabar.

Com três gols, o jovem é mais uma vez a esperança dos torcedores do Coelho para vencer hoje, às 16h, o Juventus, e avançar à quarta fase da Copa São Paulo.

“O Matheus, além de ser diferenciado pela sua qualidade técnica, tem a cabeça muito boa e uma família estruturada que dá a ele todo apoio. Ele não se deslumbra, acabou de chegar de um mundial com a Seleção Brasileira, mas não se deslumbrou. Ele sabe do potencial que tem, mas não tem essa de soberba com ele”, elogia o técnico do Coelhinho, o ex-goleiro Milagres.

“A gente também vem conversando muito com o Matheus e tentando protegê-lo do assédio”, completa o treinador.

No clube desde 2013, Matheusinho vem sendo tratado como a nova joia do CT Lanna Drumond. “Ele é muito rápido e inteligente. Consegue transferir todo seu raciocínio para as jogadas”, acrescenta Milagres.

A promessa tem contrato com o clube até 2020. Alencar da Silveira Jr., um dos presidentes do América, garante que o jovem não será negociado agora.

Em meio a tanta badalação, Matheusinho se foca nos conselhos dos pais para não deixar o bom momento atrapalhar.

“Só tenho a agradecer a Deus por tudo que está acontecendo na minha carreira, ao meu pai, minha mãe e aos meus irmãos. Tudo isso que estou vivendo é graças a eles. Eu amo jogar futebol. Tomara que eu possa integrar o grupo dos profissionais e melhorar cada vez mais”, diz Matheus. “Quero me tornar um grande jogador e poder retribuir tudo isso à minha família”.

Matheus é acompanhado de perto pelo pai, que trabalha como motoboy, e pela mãe, funcionária de uma grande rede de pizzaria de Belo Horizonte. “Minha família é meu suporte. Sei que sempre posso contar com eles”, diz o garoto.

Videogame e pagode animam dias de folga na concentração

O som do pagodeiro carioca Ferrugem embala a maioria das resenhas na concentração do América na Copa São Paulo de Futebol Júnior, na capital paulista. Mas esta não é a única diversão de Matheus quando não está treinando.

O atacante e os companheiros de clube passam horas jogando conversa fora, disputando animadas partidas de videogame e baralho. Os times do Barcelona e do Real Madrid são sempre os mais disputados pelos jogadores.

“A turma é muito boa. Todo mundo se ajuda. Isso é muito bom”, explica o atacante, que divide quarto com o volante Higor e o também atacante Gledson.

Mas é o amigo e atacante Vitinho Ruas que faz as vezes de fotógrafo na concentração, ajudando Matheuzinho na hora das entrevistas. “Ele até brincou que se não der certo no futebol, pode arrumar um emprego como fotógrafo”, brinca Matheuzinho em relação ao amigo e candidato a fotógrafo.

Quando está em Ribeirão das Neves, Matheusinho, que defendeu a Seleção Brasileira no Mundial Sub-17 do ano passado, gosta mesmo é de aproveitar o tempo livre ao lado da família, da namorada e dos amigos.

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