Quando a caixa de e-mail do ex-presidente gremista Paulo Odone recebeu uma mensagem do empresário Fábio Mello, as carreiras de dois goleiros foram mudadas da água para o vinho. Hoje, eles se reencontram como rivais na partida de ida da decisão da Copa do Brasil, entre Atlético e Grêmio, às 21h45, no Mineirão.
Victor virou “santo” no Atlético após ser comprado pelo Galo junto aos gaúchos em 2012. A proposta estava naquele e-mail. Eram 3 milhões de euros mais 50% dos direitos econômicos do zagueiro Werley.
Marcelo Grohe, com a brecha deixada no time gremista, deixou de lado o rótulo de eterno reserva e se consolidou como um dos melhores jogadores da equipe tricolor. “Passei quase um ano sem jogar. Agora, a oportunidade chegou e vou agarrá-la”, disse Grohe, após a venda de Victor, antes, justamente de um confronto contra o Galo, em 2012.
Os dois goleiros viraram jogador de Seleção Brasileira pelos trabalhos realizados no Grêmio. No Rio Grande do Sul, entretanto, Victor não conseguiu o mesmo status que goza no Atlético. Inclusive, não deixou tanta saudade na torcida quando trocou de cores, mesmo sendo classificado como um dos grandes nomes da posição no país, com direito a Bola de Prata da Placar e cinco jogos pela Seleção Brasileira.
O mandatário da época, Paulo Odone, até sustenta uma versão de que Victor teria pedido para sair do Grêmio, pois o Atlético oferecia, mais do que “ar fresco”, uma proposta salarial e tempo de contrato mais vantajosos.
Grohe, por outro lado, venceu duas Bolas de Prata pelo Grêmio e poderá ser o goleiro que encerrou o jejum de 15 anos sem títulos da equipe, após bater na trave com o vice-campeonato brasileiro em 2013.
Período de secas, este, que Victor quase encerrou, mas ficou no quase, com a segunda colocação do Brasileirão de 2008.
Uma frustração que se repetiu no Atlético, com o vice de 2012 e de 2015. Porém, algo que fica em segundo plano diante da Libertadores de 2013 e a possibilidade de vencer pela segunda vez a Copa do Brasil (sendo um possível tricampeonato pessoal, já que venceu em 2005 com o Paulista).
DORMINDO COM O ‘INIMIGO’
Victor chegou ao Grêmio em 2008. Foi contratado para substituir o lesionado Sebastián Saja. Mas quem ficou com a vaga do argentino, em um primeiro momento, foi Marcelo Grohe, revelado na base do clube gaúcho.
Mas Victor montaria uma dinastia na meta tricolor. Foram 263 jogos pelo Grêmio, em quatro temporadas e meia dividindo o quarto com o atual titular gremista, de quem se tornou amigo e torcedor. A relação dos dois goleiros ainda tem outro elemento extra-campo. Antigo reserva de Victor, Grohe é empresariado por Bruno Junqueira, que desempenha o papel de assessor de imprensa do ídolo do Galo.EDITORIA DE ARTE / N/A