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Há 50 anos, o garoto conhecido como Zé ou Caburé na então pacata cidade de Ponte Nova, interior de Minas Gerais, vivia seu último aniversário antes de começar a conquistar seu império e se transformar em Rei.
Nascido em 11 de janeiro de 1947, José Reinaldo de Lima chegava aos 14 anos já encantando por sua arte. Naquele ano de 1971, sua história mudaria, assim como a do Atlético, que receberia o maior ídolo e artilheiro da sua história.Arquivo/Hoje em DiaReinaldo chegou ao Atlético em setembro de 1971, estreou no time principal em janeiro de 1973, com 16 anos, e vestiu a camisa 9 do clube até agosto de 1985
Apesar da pouca idade, Reinaldo já defendia o time principal do Pontenovense há um ano e meio. E em setembro de 1971, sua fama chegou aos ouvidos de Barbatana, ex-jogador do Atlético, que treinava o juvenil do clube e era natural de Ponte Nova.
No livro “Punho Cerrado: A história do Rei”, escrito pelo filho do ídolo atleticano, Philipe Van, ele conta em detalhes como foi a chegada de Reinaldo ao Atlético.
Em 7 de setembro, o juvenil do Galo foi disputar um amistoso em Ponte Nova. E várias pessoas falaram para Barbatana da qualidade de Caburé. Ele foi encontrar o menino participando, de bicicleta, do desfile da Independência.
No mesmo dia foi à sua casa, em companhia de um diretor do Atlético, e com a autorização dos pais, trouxe Reinaldo para Belo Horizonte.
Apesar da pouca idade, o menino de 14 anos treinou por poucos minutos, já no final da atividade, com o grupo que seria campeão brasileiro três meses depois.
E encantou o técnico Telê Santana, depois de tirar do sério a dupla de zaga titular, formada por Grapete e Vantuir.
Trajetória
Reinaldo morou debaixo da arquibancada do Estádio Antônio Carlos, onde hoje está o shopping Diamond Mall, e só foi estrear no time principal em 28 de janeiro de 1973, numa vitória alvinegra por 2 a 1 sobre o Valério, no Mineirão, pela Taça Minas Gerais.
Seu último jogo com a camisa 9 alvinegra foi em 11 de agosto de 1985, quando o Galo foi goleado pela Ajax, da Holanda, em amistoso disputado em Amsterdam.
Foram 254 gols em 475 jogos, média de 0,53. Ele é o maior artilheiro do clássico Atlético x Cruzeiro no Mineirão, com 16 gols, segundo os dados alvinegros, mas com 15, nas fichas históricas do Gigante da Pampulha. De toda forma, a marca é dele.
Assim como a impressionante média de 1,55 gol por partida, conquistada no Campeonato Brasileiro de 1977, quando foi o artilheiro da competição e retirado da final, segundo ele, por ser oposição à Ditadura que dominava o país na época.
Reinaldo foi o grande nome no hexacampeonato mineiro conquistado pelo Atlético, entre 1978 e 1983, naquela que é a maior sequência de títulos estaduais na Era do Profissionalismo no Estado, iniciada em 1933.Centro Atleticano de MemóriaReinaldo venceu por oito vezes o Campeonato Mineiro defendendo o Atlético, sendo o primeiro título em 1976, com um time praticamente todo formado nas categorias de base do clube
O craque venceu o Campeonato Mineiro também em 1976 e participou do início da campanha do título de 1985.
Ídolo de gerações, Reinaldo inspirou Romário, arrancou elogios de Pelé, encantou torcedores por onde jogou.
E em sua trajetória alvinegra, o garoto Caburé recebeu da torcida atleticana uma das maiores homenagens prestadas a um ídolo no mundo do futebol. E quando entrava em campo, a Massa explodia com um grito que virou marca: “Rei, Rei, Rei, o Reinaldo é nosso Rei!”.DivulgaçãoO livro Punho Cerrado - A história do Rei, escrito por um dos filhos do ex-jogador, conta a história do maior ídolo atleticano