(Cristiane Mattos/Futura Press/Estadão Conteúdo)
No ataque do Atlético, muito do brilhantismo foi embora desde a conquista da inédita Libertadores em 2013. Contudo, a torcida vem conseguindo minimizar a saudade de Bernard e Ronaldinho ao ver Diego Tardelli em campo. Novo titular da Seleção, o camisa 9 voltou a ser a estrela máxima do time alvinegro e conduziu o Galo ao G-4 do Brasileirão. O atacante é “o cara” do time de Levir Culpi. Mas vale lembrar que o ano não foi um mar de rosas. Primeiro, ele teve que se livrar de um jejum de 15 jogos no primeiro semestre. Além disso, a relação com o técnico começou turbulenta, com críticas entre os dois. Mas as arestas foram aparadas. Hoje, Tardelli pode afirmar sem medo que é um dos principais atletas do país na posição. Aliás, definir a função do atleta é difícil. Ele não faz as vezes de centroavante, apesar de os gols e a capacidade de finalização remeterem a isso. A rapidez, por outro lado, o capacita a jogar pelos lados do campo. Em fase de plenitude técnica e física aos 29 anos, Tardelli na verdade “flutua” pelas quatro posições ofensivas do esquema alvinegro. “Tento ser um atacante diferente, me movimentar bastante, evito ficar fixo na área ou outro lugar do campo. Na Copa do Mundo, ficou claro que o futebol está mais dinâmico. Tento me adaptar a essa nova filosofia”, explica. A intensidade do atacante mantém a comissão médica em alerta, uma vez que as lesões se tornaram habituais no clube. Ele, porém, garante que não pretende diminuir o ritmo. “Defender a Seleção é um orgulho e um sonho. Faço de tudo para retribuir essa confiança e seguir focado, trabalhando com a mesma seriedade no Atlético”, afirma. ‘Ketchup ’ Na Copa de 2010, Cristiano Ronaldo fez uma engraçada análise sobre a seca de gols por Portugal. Agora, a analogia cabe como uma luva para Tardelli. Assim como para o melhor do mundo, os gols demoraram a acontecer, mas vieram de uma vez, tal qual uma “embalagem de ketchup entupida”. “Os gols voltaram a sair e isso é maravilhoso. Mas não sei dizer porque faço mais gols agora do que no primeiro semestre. Trabalho da mesma maneira, com o mesmo empenho”, afirma o atacante, que curte a fase de artilheiro. Depois da Copa do Mundo, já foram nove gols em 15 jogos. Com isso, Tardelli rompeu a barreira dos 100 gols com a camisa 9 preto e branca. O atacante já balançou as redes 107 vezes em 207 partidas pelo Galo. Para colocar o nome na lista dos dez maiores artilheiros da história atleticana, ele precisa de mais 20 gols. Para Tardelli, a missão só poderá ser alcançada em 2015. Mas ele mostra paciência. “Permanecendo aqui no ano que vem, cumprindo o contrato, tenho grandes chances de entrar nesse ‘Top 10’. É um segundo objetivo, uma meta que eu tenho, porque sei quanto vai representar. Sei o quanto será bom ser lembrado como grande ídolo do Atlético”, conclui.