Diretor da Match envolvido em venda ilegal de ingressos tem habeas corpus negado

Folhapress
16/07/2014 às 18:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:24
 (Tasso Marcelo)

(Tasso Marcelo)

RIO DE JANEIRO - A Justiça negou, nesta terça (15), pedido que permitiria que o diretor-executivo da empresa Match, o inglês Raymond Whelan, 64, fosse solto. Whelan está preso em Bangu 10, um dos presídios do complexo penitenciário de Gericinó, desde segunda (14). A defesa do executivo tinha pedido à Justiça que a liminar para o pedido de habeas corpus que o liberara da prisão temporária decretada na segunda (7) fosse válido também para a prisão preventiva, decretada na quinta (10).

Em sua decisão, a desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal, afirma não ser possível estender os efeitos da liminar porque "a prisão preventiva tem fundamento diverso" da temporária. A prisão preventiva de Whelan foi pedida quando o Ministério Público apresentou à Justiça denúncia contra ele e outros 11 acusados de organização criminosa, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

O diretor-executivo da Match ficou foragido durante quatro dias. Ele é acusado de liderar o esquema de desvio de ingressos de jogos da Copa para cambistas. Pouco depois de ter sua prisão preventiva decretada, Whelan foi visto deixando o hotel Copacabana Palace, onde estava hospedado, ao lado de seu advogado, Fernando Fernandes, investigado sob a acusação de ter facilitado a fuga.

O pedido de habeas corpus ainda não foi julgado, o que pode acontecer em até quinze dias. A decisão que o liberara, uma liminar, é uma decisão provisória, que pode ser concedida antes de o mérito do pedido ser julgado.

Segundo Fernandes, "a prisão é ilegal e injusta". Ele afirmou que vai esperar o julgamento do mérito do habeas corpus para decidir se vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O advogado tem prazo de dez dias para apresentar a defesa de Whelan. Fernandes diz que só teve acesso parcial ao processo e que só apresentará a defesa dez dias após receber todas as gravações entregues à Justiça.

Advogado

Investigado por facilitar a fuga de Whelan do hotel Copacabana Palace, na semana passada, o advogado Fernando Fernandes obteve na Justiça um habeas corpus preventivo para não depor sobre o caso na delegacia. O advogado era esperado na delegacia nesta quarta (16) para prestar depoimento.

O advogado de Fernandes, Wagner Gusmão, disse não ter conhecimento ainda do habeas corpus obtido por seu cliente e que se pronunciaria em outro momento. "Ele foi chamado a depor aqui a respeito do crime de favorecimento pessoal, por dar fuga ao Ray (Whelan). Se não veio, é por que não tem interesse de se defender aqui", disse o delegado Fabio Barucke.

Segundo Barucke, há provas "robustas" de que Fernandes deu fuga a Whelan. "Temos foto, depoimentos e imagens dele deixando o local com o Raymond Whelan", afirmou o delegado. De acordo com as investigações, Whelan, 64, facilitaria ingressos para o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, 57, e este repassava para integrantes da quadrilha. O grupo esperava lucrar R$ 200 milhões com a venda ilegal de ingressos na Copa do Mundo.

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