Discordância por comissão da venda de Arrascaeta é entrave para acordo entre Cruzeiro e André Cury

Guilherme Piu
@guilhermepiu
07/02/2020 às 16:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:34
 (Reprodução/Instagram)

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O departamento de futebol do Cruzeiro voltou a dialogar com o empresário André Cury no intuito de resolver as questões jurídicas que envolvem o clube, o agente, o atacante David e o volante Éderson. Mas para tudo ficar 100% há um entrave que envolve outro jogador. É que Cury entende ter direito a receber bônus pela venda do meia Arrascaeta ao Flamengo, fato que, de acordo com informações apuradas pelo Hoje em Dia, a atual gestão do futebol da Raposa vê de outra forma.

Segundo apurou o HD o Cruzeiro entende que o documento que dava a Andre Cury o direito de negociar Arrascaeta não estava mais válido quando da venda do uruguaio em janeiro do ano passado. E é isso que ambos tentam negociar para zerar os problemas entre as partes, já que as questões envolvendo David, Ederson - os salários atrasados dos atletas e quase R$ 4 milhões de comissão que o empresário tem direito - já estariam esclarecidas. 

O assunto sobre a retomada das conversas entre Cury e Cruzeiro foi noticiado pelo Globoesporte.com, e com o HD avançando na história. 

Dívida com o empresário

A reportagem do HD apurou que a dívida do Cruzeiro com André Cury passa dos R$ 12 milhões. E o empresário, em entrevista ao programa "98 Esportes" - na Rádio 98FM -, disse que aceitava a proposta feita pelo gestor de futebol celeste, Carlos Ferreira, para resolver a situação envolvendo David e Ederson.

Ferreira, também à 98 FM, mas na última quinta-feira, propôs inicialmente que fossem retirada as ações na Justiça envolvendo os atletas, que houvesse a quitação de aproximadamente R$ 3,8 milhões de dívidas do Cruzeiro com Cury, e que os salários atrasados dos jogadores também fossem "perdoados" pelo agente, que aceitou ao vivo o acordo nesses moldes. 

Porém, além disso o Cruzeiro quer envolver a questão da venda do meia Arrascaeta nessa resolução. André Cury entende que tem direito a 10% da venda do uruguaio, mas a diretoria celeste desde a última gestão vê esse caso de forma diferente. 

Imbróglio envolvendo uruguaio

Ainda no ano passado houve também imbróglio envolvendo André Cury e a gestão de Wagner Pires de Sá no que diz respeito à carta de exclusividade sobre essa negociação do camisa 10 uruguaio, documento assinado ainda quando Gilvan de Pinho Tavares era o presidente do Cruzeiro. 

Em 2019 o então vice-presidente de futebol celeste Itair Machado disse que havia cortado relações com André Cury, justamente por divergências comerciais envolvendo essa mesma carta. Machado garantiu em entrevistas que o documento havia perdido a validade e que o Cruzeiro não tinha qualquer obrigação de repassar dinheiro ao empresário.

O acordo mencionado na tal carta de exclusividade, segundo informações de bastidores, apontava que Cury teria direito a R$ 10% de comissão pelo valor da negociação.

Em entrevista à Rádio 98 FM, Cury afirmou que teve o seu telefone vazado nas redes sociais. O Hoje em Dia apurou que em uma conversa o agente afirma que foi o responsável pela maior venda do futebol mineiro e não recebeu nenhum centavo por isso, disse.

Na mesma conversa o empresário culpou dirigentes que são torcedores e conselheiros do Cruzeiro pela situação atual do clube. E na visão do empresário foram essas pessoas que há anos "quebram o clube". 

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