Disputa em Marrocos pode atrapalhar temporada do Atlético

Gláucio Castro - Hoje em Dia
18/04/2014 às 08:02.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:11
 (Bruno Cantini/Hoje em Dia)

(Bruno Cantini/Hoje em Dia)

O sonho de qualquer torcedor brasileiro é ver seu clube do coração representando o país no fim do ano no Mundial de Clubes da Fifa. Mas a concretização deste desejo tem seus ônus, e o Atlético pode estar sendo vítima desta situação, como aconteceu recentemente com Corinthians, Santos e Internacional, que após a participação no torneio amargaram temporadas ruins.    Como a competição só termina na véspera do Natal, o período de férias dos jogadores começa e termina bem depois dos demais times do futebol nacional. Com o tempo menor de preparação, o elenco acaba atropelando o período de pré-temporada e sofre com o desgaste físico, o que pode contribuir para algumas lesões e queda de rendimento.    Enquanto todos os clubes do futebol nacional já estavam trabalhando a todo vapor, a Cidade do Galo só recebeu suas estrelas em 19 de janeiro. Dez dias depois já fazia sua estreia no Campeonato Mineiro contra o Minas Futebol, em Sete Lagoas, num empate sem graça em 0 a 0.   Neste início de 2014, o departamento médico do Atlético vem tendo muito trabalho. Paralelamente, a equipe ainda não se encontrou dentro de campo, apesar da série de 17 partidas de invencibilidade. O craque Ronaldinho Gaúcho já visitou duas vezes o DM, onde o lateral-direito Marcos Rocha é o mais novo integrante, com um estiramento na coxa direita. Por causa de uma cirurgia no tornozelo, Réver atuou apenas duas vezes até agora neste ano.uan e Emerson também seguem afastados por graves lesões.   Para o fisiologista do Atlético, Roberto Chiari, o início da temporada ficou mesmo comprometido, mas agora o grupo já atingiu a forma física ideal. “Tivemos que acelerar o processo de preparação física, mas agora o grupo já está praticamente em condições normais”, explica. “Num período de quatro semanas no início do ano, em que a estávamos acostumados a fazer dois jogos, disputamos oito em 2014, e os atletas ainda longe da plenitude. Eles não tinham tido tempo de atingir o seu melhor nível de preparação física. Mas não podemos fazer nenhuma ligação com as lesões atuais, porque boa parte delas é decorrência de fatalidades, como o caso do Emerson, que fraturou a perna em um jogo”, analisa.   Somadas às lesões, a queda de rendimento do time do Atlético é visível, mesmo com os quase 20 jogos sem perder. No clássico de volta, contra o Cruzeiro, pela final do Campeonato Mineiro, no último domingo, os comandados do técnico Paulo Autuori acabaram facilmente envolvidos pelo time comandado por Marcelo Oliveira, principalmente nos 45 iniciais, quando praticamente não viram a “cor” da bola.   Síndrome parecida viveu o Corinthians após a conquista do Mundial em 2012, no Japão. No ano passado, o Timão lutou contra o rebaixamento, teve o CT invadido pelos torcedores e terminou o Campeonato Brasileiro na modesta 10ª colocação. O badalado Santos, de Neymar, que disputou o Mundial em 2011, também penou na temporada seguinte, quando fechou o Nacional na oitava posição.

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