Do hall dos grandes ídolos da Raposa para o Valhalla cruzeirense, emerge um mito chamado Salomé

Thiago Prata
10/12/2019 às 09:47.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:59
 (Máfia Azul/Divulgação)

(Máfia Azul/Divulgação)

Na mitologia nórdica, dizem que os bravos guerreiros que lutam em prol de causas maiores, nunca desistem de seus objetivos e morrem em campo de batalha são levados para Valhalla, um majestoso salão celestial. Se existisse um Valhalla a todo guerreiro cruzeirense, era para lá que Salomé estaria. Torcedora-símbolo da Raposa, Maria Salomé Silva, de 86 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (10), após tantos capítulos de luta e bravura tendo como armadura o manto azul e branco, as cinco estrelas costuradas em seu coração e com um lugar reservado no hall dos grandes ídolos dos quase 99 anos de história da agremiação.

Mesmo com a tristeza imperando em sua alma, não arredou o pé e foi para o Mineirão, no último domingo, crendo num milagre de seu clube, a paixão que a acompanhou por toda sua trajetória na terra. Infelizmente, um mal-estar se apoderou na bravíssima guerreira, que acabou falecendo nesta terça.

Funcionária do clube por décadas e torcedora celeste desde o berço, Salomé enfatizava que o Cruzeiro era sua “primeira casa”. Em outras palavras, era sua vida. Uma vida regada a lágrimas, sangue, suor, glórias e o espírito de nunca desistir e de ver a imagem do seu Cruzeiro resplandecendo.

Por vezes, a história do clube se misturava à sua própria história. Ela, a guerreira celeste, presenciou dois títulos de Libertadores, quatro Brasileirões, seis Copas do Brasil e tantos e tantos outros momentos épicos nesta epopeia cruzeirense. Uma epopeia escrita por torcedores guerreiros como Salomé no coliseu do futebol mineiro, o Mineirão, a “Toca III”, como ela e tantos outros tinham orgulho de deixar bem claro.

Trajando sempre o uniforme do Cruzeiro e chapéu azul e carregando raposas de pelúcia e bonecos de jogadores como Fábio Júnior e Alex Alves, a torcedora-símbolo entoava cânticos e o hino do clube, com um fervor, uma ensandecida paixão e uma felicidade evidentes em seu semblante.

A guerreira agora descansa e que Deus a tenha em um bom lugar, o lugar onde ela merece estar. Do hall dos grandes ídolos da Raposa para o Valhalla celeste. Foi-se a guerreira, emerge um mito chamado Salomé.Máfia Azul/Divulgação

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