(Estevão Germano/América)
São apenas 18 dias morando em Belo Horizonte, mas parece que Lisca está na capital mineira há anos. O treinador do América se ambientou rapidamente à cidade e encara a primeira oportunidade em Minas Gerais como a chance de alavancar a carreira.
“É um orgulho muito grande treinar aqui em Minas Gerais. Eu moro em Lourdes (bairro tradicional da região centro-sul de BH), eu janto ali nos bares. É um carinho muito grande (também) dos torcedores do Atlético e do Cruzeiro. A gente faz o que ama e ainda recebe bem para isso. Então, estou feliz”, disse o sorridente Lisca.
A alegria aumenta quando o treinador olha a tabela do Campeonato Mineiro. Com 14 pontos, o América é o líder isolado do Estadual. O Coelho também é o time com o melhor ataque do torneio, com 14 gols marcados. Bons números, mas o técnico prefere manter a cautela.
“Estamos no meio da fase classificatória, tem muita coisa para rolar. Não vamos nos iludir. Futebol é momento, nosso momento é bom e positivo. Hoje, em Minas, o melhor futebol está no nosso CT, está no América, mas é muito volátil. Futebol é o espelho da vida. Um dia você está bem, outro dia dá uma caída. Então, temos que ficar preparados para os momentos positivos e negativos”, destacou.
Desde a década de 1960, o América é colocado na disputa do Campeonato Mineiro como uma equipe que corre por fora na briga pelo título. Mas o cenário em 2020 permite ao torcedor do Coelho sonhar mais alto. O Cruzeiro, rebaixado para a Série B, vive a maior crise de sua história e passa por um processo de reconstrução. Já o Atlético, equipe com maior poder financeiro atualmente em Minas, ainda não se encontrou com o técnico Rafael Dudamel.
“Sonhar a gente sonha sempre. O América corre por fora, mas muitas vezes chega. Em 2016, com Givanildo, ninguém colocava como favorito, mas chegou. O momento está bom, mas faltam cinco jogos. A gente sabe que nosso time vai para campo e sabe o que quer. Não é uma garantia que vamos ganhar, mas para ganhar da gente vai ser difícil, terá que jogar muito bem”, explicou. Estevão Germano/América
Tempo
São apenas quatro jogos no comando do América – dois empates e duas vitórias. O gaúcho ainda não teve tempo de elaborar treinos e colocar a sua cara na equipe. Por enquanto, Lisca tenta dar continuidade ao bom trabalho feito por Felipe Conceição, que se transferiu para o Red Bull Bragantino no final de janeiro.
“É um time muito organizado e, aos poucos, vamos introduzindo trabalhos, metodologia diferente. É o time do América, já peguei em um processo adiantado e sou grato por isso. Espero colaborar aos poucos e fazer o time cada vez crescer mais”, disse.
Como o próximo jogo do América será apenas em 29 de fevereiro, contra o Tombense, no Independência, Lisca terá o esperado tempo para fazer trabalhos específicos.
Doido
A fama de “doido” está enraizada na carreira de Lisca. Mas o treinador justifica a loucura pelo amor ao trabalho. “Vocês estão me conhecendo mais. Não tem loucura. A minha loucura é que sou apaixonado pelo que faço. A minha loucura é ser agradecido e valorizar esta oportunidade que estou tendo no América. A minha “doidera” é valorizar aqui, passar isso para os jogadores. Acredito muito em sentimento no futebol, exaltou.