Demitido na noite do último sábado com o modesto aproveitamento de 51,3% à frente do Flamengo, o técnico Dorival Júnior falou nesta quinta pela primeira vez após a demissão e se disse surpreso. Segundo a diretoria rubro-negra, o treinador não teria aceitado a redução salarial proposta. Dorival disse que foi "até o máximo" que pôde, e gostaria de ter continuado. Ele revelou que já havia até conversas para renovação de seu contrato, que terminaria em dezembro deste ano.
"Fui até onde eu pude", disse, sobre a negociação. "Por acreditar no projeto, tentei uma solução e abri mão de muitas situações. Volto a dizer: era um trabalho que eu tinha satisfação. Infelizmente, não chegamos a um consenso". Dorival comandou o time em 37 jogos: 15 vitórias, 12 empates e 10 derrotas. Ele foi demitido logo após a eliminação na semifinal da Taça Guanabara para o Botafogo e a derrota para o modesto Resende, em casa, na primeira rodada da Taça Rio.
O técnico disse que, no momento, não pensa em voltar para o Vasco, que demitiu Gaúcho. "Preciso de uma parada", afirmou Dorival, que vem de quatro trabalhos seguidos, em Santos, Atlético, Internacional e Flamengo. "Não vou conversar com ninguém nos próximos dez dias. Tudo que acontecer vai ser especulação", garantiu. Para Dorival, nem mesmo o título da Taça Guanabara garantiria sua permanência: "A diretoria vem seguindo uma linha de atuação", disse, referindo-se à política de redução de custos dos novos dirigentes do Flamengo.
Para o treinador, se era para demiti-lo, a decisão deveria ter sido tomada no começo do ano. "Eu estava acreditando piamente que seria a pessoa a comandar o trabalho (em 2013). Até me empolguei com a possibilidade de permanência", admitiu Dorival, que se disse chateado com a demissão. Ele elogiou o novo treinador, Jorginho.