(Omar Torres)
A Copa América do Chile, que será disputada entre os dias 11 de junho e 4 de julho, deve ter o recorde de participação de jogadores estrangeiros que defendem clubes brasileiros.
Nas listas de 30 convocados, de onde saem os 23 nomes de cada participante, dez atletas que atuam no Brasil foram chamados para brigar pela taça por seis seleções diferentes.
Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai têm em suas pré-listas jogadores que atualmente defendem clubes brasileiros. Os treinadores têm até o dia 1º de junho para cortar sete nomes da relação.
O maior número de atletas sul-americanos, que atuavam no futebol brasileiro e defenderam suas respectivas seleções na Copa América, foi registrado em 2007, com cinco atletas, sendo o de maior destaque o meia chileno Valdívia, do Palmeiras, que este ano está novamente na lista do Chile, e que já participou da competição em 2011, também como jogador da equipe paulista.
OLIVERA
A história de jogadores sul-americanos que atuam no Brasil e participam da Copa América começa há mais de 30 anos, na edição de 1983, que foi a última das três sem uma sede fixa. Antes, isso já tinha acontecido em 1975 e 1979.
E o personagem dessa história é o zagueiro Walter Olivera, que defendeu o Atlético entre 1983 e 1985. Sem sede fixa, a competição teve uma primeira fase com três grupos de três seleções e jogos de ida e volta.
O primeiro colocado de cada chave avançou às semifinais, etapa onde entrou na competição o Paraguai, vencedor da edição anterior, em 1979. E Olivera fez parte do grupo comandado pelo técnico Omar Borrás, sendo convocado ainda como jogador do Peñarol, do Uruguai, e participado como titular apenas de jogos da primeira fase, contra Chile e Venezuela.
A disputa aconteceu justamente no momento em que ele trocava o Peñarol pelo Atlético. Isso fez com que quando o Uruguai conquistou a taça, numa final contra o Brasil, Olivera já fosse jogador atleticano.
Cruzeirense Victorino e botafoguense Loco Abreu erguem a taça em 2011, na Argentina
A façanha de Olivera, de ser campeão da Copa América como jogador de um clube brasileiro, só foi alcançada novamente 28 anos e dez edições depois. Em 2011, os também uruguaios Victorino e Loco Abreu levantaram uma taça que teve sabor especial, pois foi erguida na Argentina, que sediou o torneio, e que foi eliminada nas quartas de final justamente pela Celeste Olímpica.
Victorino, que era jogador do Cruzeiro, foi titular do time de Oscar Tabárez, formando dupla com Lugano, mas se machucou nas quartas de final, contra a Argentina, e não participou mais da competição. Loco Abreu, que defendia o Botafogo, era reserva de Diego Forlán, que no ano anterior foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo da África do Sul.
Victorino foi o segundo jogador do Cruzeiro a disputar a Copa América por uma seleção que não a brasileira. Antes dele, em 1995, o meia paraguaio Sotelo já tinha defendido o seu país no torneio, que teve o Uruguai como sede.
Este ano, mais dois jogadores cruzeirenses devem participar da competição. O lateral-esquerdo Mena é titular da seleção chilena e deve integrar a lista final do técnico Jorge Sampaoli.
No Uruguai, Arrascaeta briga por uma vaga no ataque da lista final de 23 nomes do técnico Oscar Tabárez. que ainda não pode contar com Luís Suárez, do Barcelona, da Espanha, que cumpre suspensão pela mordida no italiano Chiellini, na Copa do Mundo do ano passado.
SORÍN
Na Copa América de 2004, disputada no Peru, o lateral-esquerdo Sorín foi convocado como jogador do Paris Saint-Germain. Porém, durante a competição, seu contrato de empréstimo ao time francês se encerrou e ele voltou a ser atleta do Cruzeiro.
Por isso, algumas fontes apontam que Sorín disputou aquela Copa América como jogador cruzeirense.