Nem o ídolo Neymar, nem o reforço Montillo. O jogador mais comemorado pela torcida presente na Vila Belmiro, na noite de quarta-feira, foi Renê Júnior, de 23 anos, que atua como primeiro volante e terceiro zagueiro. Após fazer um trabalho regenerativo no CT Rei Pelé, nesta quinta-feira, o jogador admitiu ter ficado surpreso com a reação das arquibancadas. Alguns torcedores chegaram a pedir sua convocação para a seleção.
"O reconhecimento foi importante pela grandeza do Santos e porque eu mostrei que não senti o peso da camisa ao estrear diante de um grande público", disse Renê. Jogador de poucas palavras, ele atribuiu o seu fácil entrosamento com os companheiros de meio-campo e do bloco defensivo à qualidade dos jogadores.
"O que eu fiz no jogo foi treinado antes. Em algumas situações, eu volto para fazer a função de terceiro zagueiro, e normalmente sou o volante que marca mais. O que ajudou muito é que o Santos tem grandes jogadores lá atrás, como Arouca, Cícero e Durval".
O Santos é o oitavo clube do carioca Renê Júnior e o terceiro em que ele teve o nome gritado pela torcida durante um jogo. "Já tinha acontecido no Mogi Mirim e na Ponte Preta, mas agora foi diferente porque além de ter sido na minha estreia, já falaram de seleção". O volante-zagueiro é mais pé no chão e prefere sonhar primeiro com sucesso no Santos para depois pensar em voos mais altos.
"O que aconteceu contra o Botafogo foi só começo e eu tenho muito mais a mostrar. E tenho certeza de que isso vai acontecer quando o time estiver mais entrosado", projetou. Para Muricy Ramalho, Renê Júnior é um jogador moderno porque além de ser eficiente na marcação, atua com a cabeça erguida e tem qualidade na saída da bola da defesa. Arouca concorda com o comandante. "Renê marca bem na frente da zaga e tem facilidade para ajudar na zaga quando é preciso. Seu poder de marcação permite que eu e Cícero tenhamos maior liberdade para ir à frente".
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