Em 2016, Ábila já fez mais gols do que a soma de todos os outros centroavantes do Cruzeiro
(Divulgação Cruzeiro)
Ao apostar alto na contratação do atacante Ramón Ábila, vice-artilheiro do último Campeonato Argentino pelo Huracán, a um custo de aproximadamente R$ 13 milhões, o Cruzeiro busca resolver aquele que pode ser considerado o maior problema no time do técnico Paulo Bento: a falta de um “matador”.
Muito mais do que a qualidade do argentino, são os números que comprovam a eficiência do gringo dentro da área. Pelo “Globo”, Ábila fez 53 gols em 108 jogos (veja os detalhes na arte abaixo). Só em 2016, “Whanchope”, como é conhecido no país natal, balançou a rede 16 vezes em 24 partidas (média de 0,66), pelo Campeonato Argentino (11) e pela Copa Libertadores (5).
As estatísticas são bem superiores se comparadas às dos quatro centroavantes que integram o atual elenco cruzeirense. Nos 26 compromissos oficiais do time mineiro, Rafael Silva, Willian, Riascos e Douglas Coutinho, juntos, venceram os goleiros apenas 12 vezes.
O primeiro, que apresenta a melhor estatística ofensiva no quarteto, chegou a ser titular e participou de 17 jogos, marcando seis gols (uma média de 0,35). Já Douglas Coutinho marcou quatro vezes em 15 jogos (média de 0,26).
Sem contar o período em que jogou no Vasco, quando fez 10 gols em 17 jogos (média de 0,58), o colombiano Riascos decepciona desde que voltou a vestir a camisa estrelada, com apenas um gol em sete jogos (média de 0,14).
Por fim, Willian é quem acumula a pior estatística. Se no ano passado o “Bigode” foi o artilheiro da equipe no Brasileirão, com 11 gols, o camisa 9 tem desempenho pífio em 2016, com um tento em 18 participações (média de 0,05).
Para ser o artilheiro que o Cruzeiro precisa neste Brasileirão, Ábila terá ao seu lado um companheiro de peso: o atacante Rafael Sóbis, de 31 anos, que deixa o Tigres (México) para reforçar a Raposa.
Compatriotas
Quinto argentino a desembarcar na Toca II em apenas um ano, Ábila chega também com a responsabilidade de “salvar a pátria” e limpar a barra da diretoria. Numa lista aberta por Ariel Cabral, e que nesta temporada já ganhou os nomes de Lucas Romero, Matías Pisano e Sánchez Miño – este já deixou o clube –, o quinto hermano terá duas missões.
A primeira é conquistar junto à China Azul um espaço que seus compatriotas não conseguiram, pois estão longe de serem ídolos da torcida cruzeirense. E a segunda, garantir aos cartolas celestes os louros por uma contratação da Argentina que, enfim, seja aprovada.
Se os argentinos não tiveram tanto sucesso, quem tenta alcançar maior protagonismo é Arrascaeta. Apesar de não ter a responsabilidade de balançar as redes, o uruguaio é o artilheiro do Cruzeiro na temporada, com oito gols. Mesmo assim, o camisa 10 não esquece de honrar com a real obrigação, de dar assistências: já são cinco passes para gols neste ano.