(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Clássico costuma ser marcado muito mais pela vontade do que pela técnica. E o disputado neste domingo (12), no Independência, não foi diferente. Em um jogo com clima combativo dos dois lados, Atlético e Cruzeiro empataram por 1 a 1. O gol alvinegro foi anotado por Carlos, na primeira etapa, enquanto Arrascaeta igualou o duelo com um golaço. Como teve melhor campanha na primeira fase do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro precisará, agora, apenas de um empate para avançar à final do torneio. Ao Atlético, somente a vitória interessará no próximo duelo, que ainda não tem data e horário definidos. O Cruzeiro voltará a campo na próxima terça-feira (14), quando duela com o Huracán, no estádio El Palácio, a partir das 19 horas. O Galo, por sua vez, visitará o Atlas no estádio Jalisco, a partir das 22 horas da próxima quarta-feira (15). DETALHE Fazer previsões sobre um clássico é sempre perigoso. Mas se há uma certeza no duelo entre dois arquirrivais é a de que o gramado se tornará um verdadeiro campo de guerra. Nesse tipo de partida não há esforço em vão, nem bola perdida. É sempre um confronto entre dois lados que querem superar o adversário na técnica e na motivação. E o embate deste domingo não fugiu à tônica. Mais pegado que jogado, o clássico entre Atlético e Cruzeiro ficou marcado na primeira etapa pelo excesso de vigor, dos jogadores, e rigor, do árbitro. A marcação dos dois lados foi eficiente, com disputas intensas pela posse da bola e boa distribuição em campo dos dois lados. Assim, com poucos espaços, os clubes tiveram raras chances reais de gol. O Cruzeiro foi quem assustou nos minutos iniciais. Primeiro com Arrascaeta, que fez belíssima jogada individual e tocou para trás, rumo à pequena área. Para seu azar, nenhum companheiro completou a gol. Pouco depois, Damião acertou a trave, completando cruzamento de Mena. Após o susto inicial, o Galo foi quem se mostrou mais intenso, principalmente após o 15º minuto. Mais criativo, o Atlético criou boas alternativas para superar a eficiente marcação celeste. Porém, não conseguia acertar o último passe ou arranhava na finalização. Já pairava no ar a sensação de que o primeiro tempo terminaria zerado. Porém, foi preciso uma brecha um pouco maior para o Atlético balançar a rede. Aos 38 minutos, Guilherme fez uma bela inversão de jogo, achando Luan livre pela ponta direita. O talismã alvinegro cruzou a bola rasteiro, a pelota passou por toda a pequena área, mas não por Carlos, que só cutucou para o barbante para abrir o marcador. 1 a 0, placar que se manteve intacto até a descida para os vestiários. CONFIRA A GALERIA DE IMAGENS DO JOGO
BRIGADO Se o primeiro tempo “ferveu”, a história não seria diferente na etapa complementar. Afinal, de um lado tinha o Galo querendo aproveitar sua torcida inflamada, contra um Cruzeiro, que tinha de correr atrás do prejuízo e, para tal, adiantou suas linhas. Assim, com o ímpeto elevado dos dois lados, as brechas continuaram escassas. Foi quando o talento prevaleceu. Aos 9 minutos, Arrascaeta recebeu na intermediária alvinegra. O uruguaio deu uma caneta em Josué, passou por Jemerson e chutou cruzado para empatar o duelo. 1 a 1. Pouco depois, os ânimos exaltados voltaram a chamar a atenção. Desta vez de forma determinante. Aos 15, Leandro Damião deu bote em Leonardo Silva. O zagueiro caiu e pegou a bola com a mão, mas o juiz nada deu. O camisa 9 celeste tentou tomá-la a força do defensor e recebeu um chute nas coxas. Resultado: o capitão alvinegro foi mais cedo para o chuveiro. O curioso é que o Cruzeiro não teve domínio do embate, mesmo com um a mais. Até os 25 minutos, foi o Atlético quem mostrou maior volume ofensivo, muito na base da “transpiração”. O time estrelado só foi impor sua vantagem numérica a partir da entrada de Gabriel Xavier, que deu trabalho aos adversários. Porém, já era tarde. E a decisão da vaga na final ficará para o Mineirão. O QUE LEMBRAR Do golaço de Arrascaeta. O uruguaio deixou dois marcadores para trás antes de chutar cruzado para empatar o acirrado clássico. O QUE ESQUECER Do árbitro Raphael Claus. O dono do apito distribuiu cartões a esmo no início para controlar o jogo, mas se perdeu ao longo da partida, deixando de punir algumas entradas exageradas dos dois lados. Só acertou na expulsão de Leonardo Silva.
ATLÉTICO 1 X 1 CRUZEIRO ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha (Patric), Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Josué (Edcarlos), Rafael Carioca, Luan, Dátolo; Guilherme e Carlos (Cárdenas). TÉCNICO: Levir Culpi CRUZEIRO: Fábio, Fabiano, Léo (Manoel), Paulo André, Mena (Fabrício); Henrique, Willians, Alisson, Arrascaeta e Willian (Gabriel Xavier); Leandro Damião.
TÉCNICO: Marcelo Oliveira Gols: Carlos (aos 38' do 1º tempo); Arrascaeta (aos 9' do 2º tempo) Data: 12 de abril de 2015 Motivo: Jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro Estádio: Independência Cidade: Belo Horizonte Árbitro: Raphael Claus (FIFA-SP) Auxiliares: Alessandro Álvaro Rocha Matos (FIFA-BA) e Rodrigo Corrêa (FIFA/RJ) Público: 16.156 pagantes Renda: R$ 742.045 Cartões amarelos: Rafael Carioca, Josué, Dátolo, Marcos Rocha e Jemerson (Atlético); Léo, Damião, Mena, Willian e Paulo André (Cruzeiro) Cartão vermelho: Leonardo Silva (Atlético)