A suspeita sobre a ligação de Jorge Messi, pai de Lionel Messi, com o narcotráfico continua em destaque na imprensa espanhola. Nesta quarta-feira, o jornal "El País" publicou que Messi, Daniel Alves, Pinto e Mascherano foram interrogados no último dia 29 por agentes da Unidade Central Operacional.
Segundo a publicação, o craque do Barcelona teria dito em seu depoimento que a organização das excursões envolvendo os "Amigos de Messi" no ano passado é de total responsabilidade da empresa Player Imagen, e que desconhece quem foi o responsável por organizar o amistoso em Bogotá, capital colombiana, que teria desencadeado a investigação.
No depoimento, Messi também teria afirmado que seu pai era o intermediário entre a Fundação Leo Messi (mantida pelo jogador) e Guillermo Marín, gestor da Player Imagen. O camisa 10 do Barça garantiu que não recebe nenhuma quantia para disputar os jogos beneficentes - com exceção à partida realizada em Bogotá, quando recebeu uma doação para sua fundação.
O periódico segue a linha do que foi publicado pelo jornal "El Mundo" na última segunda-feira. O "El País" diz que os outros jogadores que prestaram depoimento não estão sendo investigados por lavagem de dinheiro. Daniel Alves, Pinto e Mascherano foram ouvidos apenas a fim de confirmar se recebiam ou não alguma quantia para disputarem os amistosos.
Os amistosos beneficentes realizados por Lionel Messi, além de shows musicais de artistas sul-americanos, seriam alguns meios utilizados para lavar "milhões de euros" do narcotráfico. Os familiares do jogador afirmaram ao jornal Mundo Deportivo que uma pessoa envolvida na organização dos jogos estaria sendo investigada na Colômbia, o que, de acordo com assessores de Jorge Messi, não implicaria qualquer responsabilidade ao pai do camisa 10.
A fraude nos jogos beneficentes estaria relacionada aos ingressos da "fila 0". "É muito complicado comprovar se em um evento foram vendidos mil ou 50 mil ingressos na 'fila 0', porque, sem a presença do público, os organizados podem divulgar qualquer quantia recebida", explicava um trecho da reportagem publicada na segunda-feira pelo El Mundo.
Responsável pela Fundação Leo Messi, o pai do craque faria a intermediação com os traficantes de droga, em esquema que contaria com a participação de outros jogadores, envolvidos por Jorge Messi em troca de uma comissão que variaria entre 10% e 20% da lavagem.
Se confirmado, este seria o segundo problema de Lionel Messi e seu pai com a Justiça. Ainda neste ano, ambos tiveram de prestar esclarecimentos à Agência Tributária da Espanha por ter sonegado mais de 4 milhões de euros (cerca de R$ 12, 8 milhões) em impostos. Condenado, Jorge Messi precisou pagar 5 milhões de euros (aproximadamente R$ 16 milhões) por dívidas referentes aos anos de 2007, 2008 e 2009.