(Mamede Filho/Hoje em Dia)
LIVERPOOL – Vandalismo, briga de torcidas, falta de organização. Problemas que fazem parte do dia a dia do futebol brasileiro, mas que foram, em uma escala ainda maior, o grande trauma do país responsável pela criação da versão moderna do esporte mais popular do planeta.
Não faz muito tempo, o agora badalado futebol inglês, considerado o mais organizado e rico do mundo, vivia imerso em uma crise que, para muitos, colocava em risco até mesmo sua existência. Com estádios precários, torcedores violentos e clubes que beiravam o amadorismo, a Inglaterra acumulava tragédias, e se via diante de um abismo em relação aos outros países do continente.
Amadorismo
“Olhando para trás, chega a ser impensável que o futebol inglês fosse tão amador, em todos os sentidos, há somente 20 anos. O torcedor não conseguia nem se mexer nas arquibancadas, havia a violência. Assistir a uma partida de futebol era algo brutal naquela época”, lembra o jornalista inglês Tim Vickery, correspondente da rede BBC na América do Sul.
A grande virada aconteceu a partir da tragédia de Hillsborough, em 1989, quando 96 torcedores do Liverpool morreram esmagados, nas arquibancadas, na semifinal da Copa da Inglaterra, contra o Nottingham Forest. A partir desse momento, as autoridades locais decidiram reformar todos os seus estádios, com cadeiras numeradas e sem barreiras entre o gramado e a torcida, além de adotar uma postura de tolerância zero para brigas e atos de indisciplina.
“Era uma coisa de homem das cavernas, um comportamento animalesco. A torcida era tratada como gado, e por isso se comportava como gado. O alambrado dava uma boa ideia de que o torcedor era um animal”, afirma Vickery.
Com a realização da Copa do Mundo em 2014, vários estádios brasileiros passarão a ter o mesmo padrão de qualidade e conforto das arenas inglesas. No entanto, será preciso trabalhar muito para transformar o futebol nacional em exemplo de espetáculo e segurança, como é hoje na Inglaterra.
Leia mais na http://hj.digitalpages.com.br/