(Reprodução / Facebook / PSG)
A diretoria do Paris Saint-Germain afirmou nesta sexta-feira (16) que não encontrou provas de discriminação em suas equipes de base, em uma investigação interna. Na semana passada, o clube havia sido denunciado pela Federação Francesa de Futebol (FFF) por supostamente promover a discriminação no recrutamento de jovens jogadores para suas categorias de base nos últimos anos.
As informações que levaram à denúncia surgiram no portal francês Mediapart, com base em documentos divulgados pelo "Football Leaks", iniciativa que conta com diversos veículos jornalísticos do mundo. Estes dados mostraram que a equipe parisiense possuía um método de classificação de atletas a serem recrutados com base nas suas etnias.
O portal afirmou que o PSG separava os possíveis atletas a serem recrutados pelos seus observadores em quatro subgrupos: "francês", "norte-africano", "das Antilhas" e "negro africano". E sob essa política, comandada pelo dirigente Marc Westerlopp - chefe do recrutamento de atletas das categorias de base - , apenas um atleta negro foi contratado entre os anos de 2013 e 2018.
O caso repercutiu bastante na França, e a ministra do Esporte, Roxana Maracineanu, chegou a manifestar seu "desalento" diante das acusações. Já a presidente da Liga Francesa, Nathalie Boy de la Tour, afirmou que "estas práticas são inaceitáveis".
Logo após a denúncia, o PSG soltou uma nota admitindo que praticou discriminação racial nas categorias de base. Disse, no entanto, não ter conhecimento de um sistema formado para registrar etnicamente os jogadores, creditando-o apenas a uma ação individual do dirigente em questão. E, em sua investigação interna, disse não ter encontrado evidências de discriminação.
Segundo o clube, a investigação foi baseada em entrevistas com funcionários do clube responsáveis pelo recrutamento de atletas para a base. E "não há provas de discriminação". O PSG divulgou o resultado de sua apuração interna após reunião com a ministra do Esporte.
O clube francês, contudo, admitiu que formas ilegais de recrutamento foram usadas entre 2013 e 2017, mas negou responsabilidade por implementar este procedimento discriminatório em sua base. "Nenhum destes procedimentos foram reportados à direção geral do clube", disse a diretoria do PSG.
O caso, porém, seguirá sendo investigado tanto pela Federação Francesa de Futebol quanto pela Liga de Direitos Humanos da França.
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