(Samuel Costa)
Tinha tudo para ser um jogo eletrizante o embate entre Atlético e Cruzeiro neste domingo (11), no Independência, e as expectativas não foram desapontadas. Com maior volume de jogo durante praticamente toda a partida, o Atlético venceu o maior rival por 2 a 1 e espantou o "cheiro de crise" que rondava a Cidade do Galo, em jogo válido pelo Brasileirão. Marion, que entrou no segundo tempo e André, cobrando pênalti, marcaram para o Galo. Pelo lado azul, ainda no primeiro tempo, Marcelo Moreno abriu o placar.
A partida foi bastante disputada, com todos os elementos de um grande clássico regional. Expulsão, pênalti não marcado, pênalti bem marcado e muita vontade de ambos os times que, a seu modo, buscaram o gol e fizeram uma bela partida. Apesar da grande quantidade de erros de passe e nem tantas chances de gol assim, o jogo foi franco, bem disputado e com poucas jogadas ríspidas
No primeiro tempo, domínio do Atlético, que teve muito mais volume de jogo, mas sofreu um gol de Marcelo Moreno, típico de um bom centroavante bem colocado na área. Apesar da grande velocidade e do esquema com três zagueiros ter segurado a Raposa durante os primeiros 30 minutos, o Cruzeiro mostrou eficiência e saiu na frente mesmo com menos posse de bola.
No segundo tempo, méritos para Levir Culpi, que mexeu bem no time e colocou o time em cima do rival, conseguindo dois gols, um deles em um pênalti bem marcado de Léo em Leonardo Silva, bastante infantil na verdade. Os jogadores do Cruzeiro ainda reclamaram bastante do árbitro Heber Roberto Lopes que, antes da virada alvinegra teria deixado de marcar um pênalti de Otamendi que, ao dar um carrinho, deixou o braço na bola. Antes, Marion completou a boa trama do ataque alvinegro, deixando tudo igual.
Com a vitória, o Atlético chega aos quatro pontos, ficando na 15ª posição. A Raposa, por sua vez, estacionou nos 7 pontos e perdeu a vaga no G-4, fechando a rodada como quinto colocado. Na próxima rodada, o Atlético vai a Cuiabá encarar o Santos, no domingo (18) às 18h30 na Arena Pantanal. Já o Cruzeiro recebe o Coritiba, no sábado (17), no mesmo horário, no Mineirão.
O jogo
O jogo começou em alta velocidade, com as duas equipes, em velocidade, buscando os espaços na tentativa de abrir o placar logo no começo. Apesar das muitas modificações em ambos os times, o Galo de esquema novo e o Cruzeiro com seu time reserva, o ímpeto era bastante grande. Contudo, os erros de passe impediram que a primeiras investidas de ambos os lados fossem traduzidas em chances claras de gol.
Aos 8 minutos, o Atlético teve a primeira oportunidade real. Alex Silva recebeu bem na direita, passou pelo marcador, invadiu a área e rolou com açúcar para Fernandinho que, na pequena área, mandou a bola por cima da meta de Fábio. Três minutos depois, Edcarlos subiu bem após cobrança de escanteio e assutou novamente o camisa 1 estrelado. A nota "triste" fica por conta do público pequeno no estádio, mas que fez bastante barulho desde os primeiros minutos de partida.
A partida seguiu bastante truncada, com os dois rivais buscando os espaços, mas abusando do direito de errar passes. Com o passar do tempo, as entradas foram ficando mais fortes. Com problemas na criação, ambos os times tiveram em cobranças de escanteios os momentos de maior perigo nos primeiros 25 minutos de partida. E assim que o Cruzeiro conseguiu chegar de fato, aos 35 minutos. Após bola alçada na área, Marcelo Moreno mostrou faro e subiu mais que todo mundo para cabecear firme, obrigando Victor a fazer uma boa defesa.
Apesar do maior volume de jogo do Galo, foi o Cruzeiro que abriu o placar no Independência. Aos 37 minutos, o volante Souza avançou como um legítimo camisa 10, invadiu a área e bateu de esquerda, na saída de Victor, que defendeu bem. No rebote, Moreno mostrou porque é artilheiro e, sozinho, mandou para as redes, fazendo 1 a 0 para a Raposa.
O Atlético ainda teve uma boa chance de empatar o jogo cinco minutos depois. Fernandinho recebeu na entrada da área, fez bem o pivô e, de calcanhar, rolou para Tardelli. O camisa 9 nem dominou e direita bateu forte e cruzado, fazendo Fábio sujar o uniforme. No último lance da etapa inicial, o atacante tentou dar uma de garçom e, após o bate-rebate na área levantou para Otamendi perder uma chance incrível, após cabecear à queima-roupa para a defesa do goleiro estrelado.
Segundo tempo
Na volta do intervalo Levir Culpi jogou todas as fichas para buscar a vitória. Ele desfez o esquema 3-5-2, com a entrada de Carlos na vaga de Edcarlos e tirou Tardelli para dar lugar ao jovem Marion, armando o time no 4-2-3-1. Cintudo, foi o Cruzeiro que teve a chance de ouro logo aos três minutos. Marcelo Moreno ganhou de Otamendi e rolou para Marlone que, sozinho, na entrada da área, mandou a bola "para a lua", por cima da meta de Victor. Aos 9 minutos, a redenção alvinegra. Após a boa trama do ataque, entre Fernandinho e Marion, a bola chegou a Alex Silva na direita, que cruzou para a área. A bola bateu nas costas de Mayke e sobrou para o jovem meia empurrar para o gol de Fábio, que nada pôde fazer, 1 a 1.
Quatro minutos depois, Luan avançou livre na esquerda e, ao tentar driblar Otamendi, a bola bateu no braço do zagueiro, lance duvidoso não marcado pelo árbitro e jogada perdida pelo Cruzeiro, já que o avante deixou de jogar para pedir a falta. Apenas um minuto depois Victor justificou o apelida de "São". Egídio ergueu a bola na área e Moreno, completamente desmarcado, cabeceou para uma defesa espetacular do camisa 1 atleticano.
O gol de empate deu mais ânimo aos dois times e deixou o jogo mais aberto. Com menos um zagueiro, o time alvinegro ganhou mais um jogador no meio e seguiu com grande volume de jogo. O Cruzeiro se retraiu um pouco e passou a jogar no erro do adversário, usando Luan como principal válvula de escape para o contra-ataque. O camisa 14 resolveu mostrar serviço e aos 21 minutos arriscou de fora da área. A bola voou, pegou uma curva e passou tirando tinta do ângulo do arqueiro da Seleção, assustando a torcida que compareceu ao Horto. Após o lance, Marcelo Oliveira mexeu duas vezes, tirando Marlone e Souza para as entradas de Alisson e Willian Farias.
Aos 24 minutos, após bola alçada na área, Léo puxou Leonardo Silva infantilmente na área. Heber Roberto Lopes marcou pênalti que André bateu firme no meio do gol e fez, decretando a virada do Galo, 2 a 1. Após o gol, Marcelo Oliveira usou a terceira substituição para colocar Matinuccio na vaga de Tinga, colocando o time de vez para frente. Para o azar do comandante azul, Luan deixou o braço esquerdo no rosto de Leandro Donizete em uma dividida no meio e recebeu o cartão vermelho de forma direta. Apesar de estar com um jogador a menos, o time azul ainda teve uma boa chance. Alisson avançou pela esquerda e cruzou para a área, mas Martinuccio não conseguiu completar a boa jogada do jovem meia.
Para aumentar a insatisfação dos cruzeirenses com a arbitragem, a bandeirinha marcou um impedimento de Alisson, que tinha dois jogadores do Atlético dando condição. O meia do Cruzeiro seguiria sozinho, de frente para Victor, em lance que pode ter determinado o resultado da partida. Ainda deu tempo para o zagueiro Otamendi salvar em cima da linha o chute do mesmo Alisson após o rebote do escanteio, no último lance de perigo do jogo. Após o apito final, Marcelo Moreno ainda foi expulso após se desentender com o juiz. Com isso, foram as atleticanas que ganharam o presente de Dia das Mães.
ATLÉTICO-MG 2 X 1 CRUZEIRO
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte
Data: 11 de maio de 2014, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-SC)
Assistentes: Alessandro A. Rocha de Matos (Fifa-BA) e Fernanda Colombo Uliana (Asp. Fifa-SC)
Cartões amarelos: (Atlético) André, Victor, Leandro Donizete, Leonardo Silva, Alex Silva (Cruzeiro) Marlone, Léo
Cartões vermelhos: (Cruzeiro) Luan, Marcelo Moreno
Gols:
Atlético: Marion, aos nove e André, aos 26 minutos do segundo tempo
Cruzeiro: Marcelo Moreno, aos 37 minutos do primeiro tempo
ATLÉTICO: Victor; Edcarlos (Marion), Leonardo Silva e Otamendi; Alex Silva, Pierre, Leandro Donizete (Rosinei), Tardelli (Carlos) e Emerson Conceição; Fernandinho e André
Técnico: Levir Culpi
CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Léo, Wallace e Egídio; Nilton, Souza (Willian Farias), Tinga (Martinuccio) e Marlone (Alisson); Luan e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira