(FáBIO BARROS/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO)
A noite desta quarta-feira (24) foi marcada por festa e bola rolando no Mineirão. Se em 1965 o Cruzeiro entrou em campo para o primeiro superclássico contra o Atlético, vencido por 1 a 0 com gol do camisa 10 Tostão, desta vez, 53 anos depois, o adversário alvinegro foi o Ceará; e a sorte não foi a mesma.
Com a derrota por 2 a 0, gols de Arthur, a Raposa seguiu com 40 pontos e na décima colocação do Campeonato Brasileiro. O "Vozão", por sua vez, chegou aos 34 e deixou a temida zona de rebaixamento. Um triunfo a ser bastante comemorado por Lisca e seus comandados.
Antes de a bola rolar no Gigante da Pampulha, as comemorações foram pelos 800 jogos do goleiro Fábio com a camisa azul e branca. Jogador que mais vezes atuou pelo clube, ele entrou em campo com direito a tapete azul, show de luzes, presença das onze taças que conquistou até o momento e, para tornar o momento mais especial ainda, com a presença de alguns familiares.
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Quando o duelo começou, o que se viu foi um primeiro bastante movimentado. Poupando o zagueiro Dedé e o meia uruguaio Arrascaeta, o técnico Mano Menezes viu que o Ceará, até então primeiro da zona de rebaixamento, não estava para brincadeira. Apesar de desperdiçar boas oportunidades nos 45 minutos iniciais, os donos da casa também tiveram que se preocupar com o setor ofensivo do "Vozão".
Nas cadeiras do Gigante da Pampulha, os torcedores foram aos poucos ocupando seus lugares. Para se ter ideia, até os 25 minutos da primeira etapa, muitos ainda chegavam ao estádio. Na capital, uma chuva atrapalhava a vida de quem se dirigia ao principal palco do futebol mineiro.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, o confronto entre mineiros e cearenses continuou movimentado. Tentando presentear os torcedores que foram ao Mineirão, o Cruzeiro partiu para cima logo de cara, mas, assim como no primeiro tempo, não pôde afrouxar a marcação.
Sem grandes defesas e pouco acionado até os 15 minutos, apesar de todas as tentativas do adversário, o homenageado da noite, Fábio, era aplaudido todas as vezes em que encostava na bola; numa simples defesa ou até em cobranças de tiro de meta. Contudo, ele acabou vazado.
Aos 17, após contra-ataque rápido, o Ceará abriu o placar. Fábio, como de costume, fez mais um milagre, espalmando chute forte do adversário, mas, no rebote, teve a rede balançada pelo atacante Arthur.
Aos 26 minutos, Mano acionou Raniel no lugar de Ariel Cabral. Logo no primeiro lance, o atacante, ovacionado pela China Azul, quase empatou o jogo, de cabeça. A bola, porém, passou caprichosamente por cima do travessão. Antes, o comandante já havia promovido a entrada de David na vaga do também aplaudido Thiago Neves.
Contudo, não deu certo. Aos 35, quem fez a festa foram os alvinegros. Após cochilo impressionante da defesa celeste, o Ceará aproveitou-se e, Arthur, livre novamente, partiu em velocidade do meio de campo e deslocou Fábio, que nada pôde fazer.
Depois disso, nada mudou. Apesar das boas chances desperdiçadas por Raniel e Barcos, o Cruzeiro chegou à terceira derrota em casa na competição mais importante do país e segue como o oitavo melhor visitante.GIAZI CAVALCANTE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 X 2 CEARÁ
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP) e Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo (SP)
Gols: Arthur, aos 17 e aos 35 minutos do segundo tempo (Ceará)
Cartões: Thiago Neves (Cruzeiro); Ricardinho (Ceará)
CRUZEIRO: Fábio; Edílson, Manoel, Léo e Egídio; Henrique, Ariel Cabral (Raniel), Thiago Neves (David), Rafinha (Lucas Silva), Robinho e Barcos
Técnico: Mano Menezes
CEARÁ: Everson; Fabinho, Tiago Alves, Luiz Otávio, João Lucas, Richardson, Juninho, Ricardinho, Calyson (Felipe Azevedo), Arthur, Leandro Carvalho (Valdo) Técnico: Lisca