Em nova página da guerra contra a CBF, Romário lança livro sobre a CPI do Futebol

Estadão Conteúdo
02/09/2017 às 09:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:23

No caso de "Um olho na bola, outro no cartola - o crime organizado no futebol brasileiro", novo livro de Romário publicado pela Editora Planeta, revelar a última frase da obra não é necessariamente sinônimo de spoiler. "Sou da paz, mas na guerra funciono melhor", escreveu o Baixinho no capítulo final.

A guerra do senador atualmente é contra a CBF. Em 239 páginas, o ex-jogador traz bastidores da CPI do Futebol, que tramitou no Senado entre 2015 e 2016, e parte para o ataque contra a instituição. Mais do que revelações da sua atuação como presidente da CPI, Romário publica documentos obtidos durante os trabalhos da comissão.

A CBF chegou a tentar impedir a publicação do livro na Justiça sob a justificativa de que determinados documentos enviados à CPI são sigilosos, mas a Justiça de São Paulo negou o pedido. Assim, o lançamento está confirmado para este domingo na Bienal do Livro do Rio. Melhor para Romário, que ainda aproveitou para tripudiar em cima da CBF.

"Eles sabem que o povo, em geral, não tem noção das falcatruas, das sacanagens e da corrupção que promovem dentro dessa entidade. Então, é natural tentarem embargar o livro, mas acabou se transformando em propaganda, então até agradeço", disse Romário ao Estado.

O livro tem como base relatório alternativo da CPI de autoria de Romário e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O texto, inclusive, fundamenta inquérito que está no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, e seus antecessores José Maria Marin e Ricardo Teixeira, além do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da CBF, o ex-presidente da Federação Alagoana Gustavo Dantas Feijó, o ex-diretor financeiro da CBF Antônio Osório Lopes da Costa, o advogado Carlos Eugênio Lopes e os empresários José Hawilla e Kleber Leite.

"O relatório final paralelo foi parar no STF e fez com que essas pessoas fossem investigadas. Enviamos o texto para Polícia Federal, PGR (Procuradoria Geral da República) e Ministério Público. Tenho certeza que, a partir deste relatório, será feita uma investigação profunda para a gente, definitivamente, limpar essa entidade de pessoas que fazem mal para o nosso futebol", disparou Romário.
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