Horas depois de anunciar que o Estado não assumirá de volta a gestão do Maracanã, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu os presidentes de Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco no Palácio Guanabara, sede do governo, para ouvir suas queixas a respeito da operação do estádio pela concessionária Maracanã Entretenimento S.A.
Do quarteto, só o Flamengo apresentou reclamações e solicitou que o governador interviesse, de forma a pressionar a Odebrecht a aceitar a nova proposta do clube. "Nossos custos estão muito altos. Fizemos um acordo que se revelou prejudicial por uma série de detalhes que aprendemos durante a operação desses últimos jogos. Fizemos uma nova proposta e esperamos ter uma resposta positiva", disse o presidente flamenguista, Eduardo Bandeira de Mello.
De acordo com os dirigentes da Gávea, uma das ideias é o próprio Flamengo fazer a contratação de fornecedores em dia de jogos. Eles projetam que a redução de custo seria de R$ 200 mil/jogo.
Peter Siemsen, presidente do Fluminense, se mostrou extremamente satisfeito com a relação com a concessionária e descartou o clube assumir a gestão do Maracanã num pool com os rivais. "Queremos nos dedicar ao nosso objetivo final, que é o futebol. Não temos a menor vontade de operar o estádio. Somos totalmente favoráveis à gestão privada. Temos que reduzir o custo político (do Maracanã)", disse Siemsen.
Maurício Assumpção, do Botafogo, e Roberto Dinamite, do Vasco, não se colocaram à disposição da imprensa. O secretário de Esporte e Lazer, André Lazaroni, descartou cancelar a concessão para promover um novo processo no qual os quatro clubes cariocas formariam um novo consórcio gestor. "Esse tema não foi abordado", comentou.
A nova proposta da Odebrecht, IMX e AEG para administração do complexo esportivo já está na Casa Civil desde a semana passada. Cabral não deu prazo para apresentar resposta, mas suas palavras nesta segunda demonstram que dificilmente a concessão será revista.
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