Nas duas últimas rodadas, o São Paulo passou por cima de Palmeiras e Vasco com a autoridade de quem pavimenta seu caminho rumo ao G4 sem poder ser impedido. Passadas as duas decisões, o time encara o desesperado Figueirense neste domingo, às 16 horas, no Morumbi, e tem a possibilidade de finalmente entrar no bloco que garante vaga na Libertadores. A partida abre a série de dois jogos seguidos contra os lanternas (na quinta-feira, recebe o último colocado Atlético-GO) e o planejamento são-paulino é conquistar os seis pontos para tentar finalmente ultrapassar os vascaínos na classificação do Brasileirão.
O feito de finalmente entrar no G4 pode até ser alcançado com um empate neste domingo, desde que o Vasco seja derrotado pelo Santos na Vila Belmiro - a diferença entre eles é de apenas um ponto (50 a 49). Mas ninguém no São Paulo trabalha com outra hipótese que não seja somar os três pontos diante do Figueirense. Além de encontrar um rival que perdeu quatro dos últimos cinco jogos e tem a pior defesa da competição (55 gols sofridos), os são-paulinos querem aproveitar o alto astral que tomou conta do elenco após as últimas duas exibições, quando teve um volume de jogo muito maior do que os adversários e dominou todas as ações em campo.
Os jogadores admitem que a equipe mudou de atitude e está colhendo os frutos da nova postura. "Nosso time está crescendo de uma maneira impressionante. É o ambiente nos treinos, no vestiário, tudo é muito diferente de uns tempos para cá", afirmou o volante Wellington.
Apontado como um dos motivos da melhora da equipe, Wellington mais uma vez estará ao lado do também volante Denilson na marcação no meio-de-campo. O técnico Ney Franco acertou a formação tática e não vai mais fazer alterações significativas. Como Lucas é desfalque mais uma vez, por causa da seleção brasileira, ele manterá o lateral Douglas, que foi bem contra o Vasco, jogando mais adiantado na direita. Luis Fabiano também não será problema: apesar de ainda estar voltando de um estiramento na coxa direita, o atacante mostrou ritmo de jogo. Como está bem fisicamente, vai para a partida.
A principal preocupação é não deixar o ambiente positivo se transformar em euforia exagerada. Por isso, o discurso foi calibrado para colocar os pés no chão e evitar melindrar um adversário que vive um momento ruim, mas precisa da vitória desesperadamente para tentar escapar do rebaixamento. "Os dois próximos jogos são os mais difíceis porque você nunca sabe o que vai acontecer. De repente, você faz um gol, eles desanimam, mas eles podem vir para cima também", disse Luis Fabiano.
Apesar do discurso cauteloso, os números são favoráveis. Terceiro melhor mandante da competição, com quase 81% dos pontos conquistados no Morumbi, o São Paulo enfrenta uma equipe que venceu apenas um jogo fora de casa (contra o Sport, há 14 rodadas) e precisará se expor se quiser algo melhor. "Um dos nossos próximos adversários, que é o Atlético-GO, recentemente foi ao Rio e ganhou do Fluminense. Todo confronto na reta final sempre tem algum clube trabalhando por algum objetivo, seja título, Libertadores ou para fugir do rebaixamento. Temos de respeitá-los", alertou Ney Franco.
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