"Encontrei o clube muito pior do que imaginava", polemiza presidente do São Paulo

Gazeta Press
10/09/2014 às 21:59.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:09
 (Rubens Chiri)

(Rubens Chiri)

Filho do ex-presidente do São Paulo Henri Couri Aidar, que exerceu o cargo entre 1972 e 1978, Carlos Miguel Aidar assumiu o mais alto posto na hierarquia do clube em meados de abril, apoiado pelo então presidente Juvenal Juvêncio. Com o terceiro mandato em vigor há apenas cinco meses, Aidar se sentiu à vontade para comentar a atual situação da equipe nos bastidores, em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (10).   O atual mandatário Tricolor afirmou que está fazendo milagre à frente da equipe para conseguir organizar as finanças. “Encontrei o São Paulo muito pior do que imaginava, acostumado a benesses, com pessoas acostumadas a vantagens. Era comum ver diretor andando pelo clube com pacote de ingresso para show, jogo, distribuindo para sócios”, comentou.   Sobre os reflexos da gestão desorganizada de seu antecessor, Aidar afirma que está recolocando a ‘casa’ em ordem. “Peguei o São Paulo, em abril, com R$ 109 milhões de dívida bancária. Em junho, tenho R$ 131 milhões de dívida. Aumentei R$ 22 milhões da dívida, que é a contratação do Kardec e o imposto sobre ela. Vou compensar agora recebendo o dinheiro das vendas de Douglas e Lucas Evangelista”, afirmou. “Pago R$ 2,3 milhões por mês de juros bancários, não é fácil gerir este clube”, completou o presidente.   Ainda sobre Juvenal Juvêncio, que atualmente é responsável por gerir as categorias de base, Aidar reprovou atitudes passadas e fez questão de aconselhá-lo com relação aos garotos. “Pagar bicho em dinheiro, no vestiário, em saquinho de pão? Acho que não dá mais. Dirigir o clube em duas, três pessoas... O jeito de ele gerir é ultrapassado”, comentou o cartola. “O Juvenal tem que se integrar mais com a gestão atual porque a base é o futuro do São Paulo”, prosseguiu.   Quanto às polêmicas que pipocaram na mídia nos últimos tempos em relação a um possível atraso de salários, Aidar negou qualquer lapso com os jogadores e se comprometeu a acertar premiações até esta semana. “Salário eu não atrasei nenhum, tive problema de imagem com o Pato, atrasou alguns dias. Eu tenho algumas programações de bicho a serem pagas nesta semana, é um atraso que para nós é normal, é fluxo. Nunca atrasei um dia de salário”.   Ao considerar projeções futuras, o presidente reafirmou o desejo de reformar o Morumbi. Dois projetos para a revitalização do estádio já foram por água abaixo, mas Aidar garante que vai propor um plano para reforma em outubro, que presume o levantamento do campo para aproximá-lo da torcida. “Vou pôr essa reforma de pé. Entra a hipótese de levantar o campo e aproximar a arquibancada. Fazer a cobertura diferente e cobrirei até a pista. Fazer a arena multiuso, dois ou três prédios de estacionamento e um hotel”.   Depois da publicação da entrevista, o jornal ainda informou que o neto de Juvenal Juvêncio, João Paulo Juvêncio, pediu demissão do cargo de diretor adjunto de finanças.

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