Enterro de Armando Marques reúne pouca gente no Rio

Ronald Lincoln Jr.
17/07/2014 às 21:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:25

O enterro do corpo de Armando Marques, um dos principais árbitros da história do futebol brasileiro e que também foi presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, aconteceu na tarde desta quinta-feira, no Rio, diante de apenas oito pessoas.

O velório e o enterro foram realizados no cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, zona oeste do Rio. O lugar fica bastante longe de Copacabana, bairro em que Armando Marques morava. De acordo com César Lopes, sobrinho do ex-árbitro, o cemitério, a urna e a ornamentação do enterro foram escolhidos e pagos pelo próprio tio, no dia 13 de junho, há pouco mais de um mês.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Armando Marques foi internado na terça-feira com quadro grave de insuficiência renal, na Coordenação de Emergência Regional (CER) do Leblon, na zona sul do Rio, e não resistiu, morrendo nesta quinta aos 84 anos.

Na segunda-feira, Armando Marques já havia comparecido ao médico para realizar exames. Na ocasião, ele foi ao hospital vestido com o uniforme de árbitro - inclusive carregava seu apito, segundo seu sobrinho. O médico que o atendeu chegou a recomendar que ficasse internado por causa do estado frágil no qual se encontrava, mas ele preferiu voltar para casa.

"Ele tinha a personalidade forte. Gostava de resolver tudo sozinho. Todos o conheciam e admiravam por esse jeito", contou o sobrinho.

Um dos poucos colegas de profissão que compareceram ao enterro foi o ex-árbitro Luis Antônio Silva Santos, chefiado por Armando Marques entre 1998 e 2005. "Se não fosse por Armando Marques, eu não seria um árbitro de projeção nacional. Ele sempre me dizia antes de jogos importantes: 'Para apitar é preciso coragem'", lembrou.

Segundo César Lopes, muito conhecidos de Armando Marques do meio do futebol ligaram para prestar condolências, mas poucos compareceram porque souberam da morte a poucas horas antes do enterro.

Armando Marques era conhecido por ser uma homem muito recluso. Não teve filhos, nem casou. Mas, segundo o sobrinho, tinha muitos amigos e era muito ligado à família.
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